Venezuela tenta transformar grande potencial turístico em seu motor econômico

  • Por Agencia EFE
  • 17/12/2014 10h28
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Javier García.

Barinas (Venezuela), 17 dez (EFE).- A Venezuela tenta melhorar sua imagem turística e intensificar a promoção de seus grandes atrativos naturais para conseguir que o turismo chegue a ser, em alguns anos, o segundo fator em importância na economia nacional depois do petróleo.

Para isso, o país pretende duplicar a porcentagem fornecida pelo setor turístico ao Produto Interno Bruto (PIB) do 4% atual até 9% em 2019, segundo disse o ministro de Turismo, Andrés Izarra, na Feira Internacional de Turismo da Venezuela 2014 (Fitven), que foi realizada na semana passada na cidade de Barinas, na região no Planos.

Ao contrário de outros países da região do Caribe – como México, Colômbia, República Dominicana e Cuba -, a Venezuela não conseguiu posicionar internacionalmente uma imagem turística consolidada por conta de seus problemas políticos internos e de segurança.

Algo, que, de acordo com Izarra, se deve a “uma campanha midiática atroz”, a uma “guerra impulsionada por muitas cadeias transnacionais cujo interesse é prejudicar politicamente a revolução bolivariana”.

“A Venezuela não tem maiores problemas de insegurança que Colômbia ou México, aqui não desaparecem 43 estudantes assassinados, este é um país em paz”, comentou o ministro à Agência Efe em referência ao caso do sequestro e morte de jovens mexicanos que comoveu o mundo.

Izarra destacou que as enquetes realizadas nos últimos anos por vários institutos de pesquisa social situam os venezuelanos entre os cidadãos mais felizes do mundo.

No entanto, enquanto o México recebeu em 2012 quase 23 milhões e meio de turistas, à Venezuela chegaram nesse mesmo ano 710 mil, abaixo inclusive dos 904 mil que visitaram Aruba, uma pequena ilha holandesa do Caribe, segundo dados do Banco Mundial.

Além da insegurança, outras razões que impedem um maior desenvolvimento do turismo no país são os problemas atuais de interconexão aérea por causa da dívida do governo com várias companhias aéreas internacionais, o que levou a uma drástica redução da frequência de voos e a um forte aumento do custo das passagens.

O governo abonou neste ano 20% dessa dívida, mas ainda restam quase US$ 3,5 bilhões para pagar, segundo o presidente da Associação de Linhas Aéreas da Venezuela (Alav), Humberto Figuera, que assegura que a oferta de assentos em voos internacionais foi reduzida pela metade em 2014.

Para José Yapur, presidente da Câmara de Turismo de Nova Esparta – o estado onde se encontra a Isla Margarita, o principal destino turístico do país -, os problemas de insegurança na Venezuela são “muito menores do que os de outros destinos que tiram mais proveito do mercado turístico”.

“Se não for estabelecida uma campanha forte de imagem-país e a situação, tanto política como econômica, seguir ocupando a manchete dos meios de comunicação, o resultado final será que ninguém vai querer ir a um lugar onde há problemas”, afirmou Yapur à Efe.

Yapur lamentou, além disso, que os preços dos voos estejam “muito mais altos do que para qualquer outro destino do Caribe” e que a grande maioria das linhas aéreas domésticas venezuelanas não figurem nos sistemas internacionais de reservas, motivo pelo qual não é possível reservar voos do exterior para Caracas.

Na Isla Margarita foi iniciado neste ano um plano de reforço da segurança que deu bons resultados, segundo Izarra, e que se estenderá a outras partes turísticas do país.

E, à parte de seus mais de dois mil quilômetros de costa e praias caribenhas, a Venezuela conta com uma diversidade natural e paisagística que inclui também selva, savana, montanha e inclusive deserto.

O plano estratégico nacional de turismo prevê incorporar 60 mil leitos hoteleiros até 2019, melhorar a qualidade dos serviços turísticos e multiplicar por três a chegada de turistas estrangeiros até alcançar os dois milhões de visitantes anuais.

Na Fitven deste ano, que foi visitada por mais de 117 mil pessoas, houve a apresentação da chamada “Rota da Consciência”, que percorre os lugares destacados da vida do falecido Hugo Chávez, começando por Sabaneta, cidade onde nasceu no estado de Barinas.

Ali é possível visitar a casa onde passou parte de sua infância, o colégio onde estudou e as ruas, hoje adornadas com pinturas e murais em torno de sua figura, onde para ajudar sua família Chávez vendia os famosos doces de leite em forma de aranha. EFE

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