Ver muita televisão pode aumentar o risco de morte precoce em adultos
Washington, 26 jun (EFE).- Os adultos que assistem televisão durante três horas ou mais por dia podem ter o dobro de risco de morte prematura, em comparação com aqueles que passam menos tempo diante do aparelho, aponta um estudo realizado pelo professor da Universidade de Navarra (Espanha) Miguel Martínez-González e sua equipe.
“Ver televisão é um hábito sedentário e há uma tendência crescente rumo a todo tipo de comportamentos sedentários”, explica Martínez-González, o pesquisador principal do estudo publicado nesta quinta-feira na revista da Associação Americana do Coração.
O doutor Martínez-González, do departamento de Saúde Pública da Faculdade de Medicina da Universidade de Navarra (Pamplona, Espanha), assegura que suas descobertas são coerentes com uma série de estudos prévios que relacionaram o tempo dedicado a ver a televisão com a mortalidade.
O estudo analisou os hábitos de 13.284 espanhóis sãos, de 37 anos de média (60% mulheres), que participaram voluntariamente para determinar a associação entre três tipos de comportamentos sedentários e o risco de morte: horas vendo televisão, tempo empregado no computador e conduzindo.
Os hábitos dos participantes foram seguidos durante 8,2 anos de média. Os pesquisadores informaram que houve 97 mortes, com 19 por causas cardiovasculares, 46 de câncer e 32 por outras causas.
O risco de mortes duplicou no caso dos participantes que indicaram que viam três horas ou mais a televisão ao dia, comparado com outros que disseram ver uma ou menos.
Os pesquisadores não encontraram associação “significativa” alguma na relação entre o tempo empregado usando o computador e conduzindo e o risco de uma morte prematura.
No entanto, os pesquisadores assinalaram que são necessários mais estudos para confirmar quais efeitos podem existir entre o uso do computador e dirigir com as taxas de mortes e determinar os mecanismos biológicos que expliquem essas associações.
A doutora Nieca Goldberg, cardiologista da Universidade de Nova York, que não esteve envolvida no estudo, aponta que a televisão é uma atividade ainda mais passiva.
“Comparada com dirigir um veículo ou trabalhar no computador, a televisão é uma atividade muito passiva”, indicou Goldber em entrevista à emissora “NBC”.
O doutor Martínez-González adverte no estudo que enquanto a população envelhece, os comportamentos sedentários são mais prevalecentes, especialmente ver televisão, e isto representa uma “carga adicional” aos problemas derivados da idade.
“Nossos achados sugerem que os adultos deveriam considerar aumentar sua atividade física, evitar longos períodos de sedentarismo e reduzir o tempo vendo televisão a não mais de uma hora ou duas ao dia”, aponta Martínez-González.
O estudo cita estudos prévios que apontam que metade dos americanos têm uma vida sedentária.
A Associação Americana do Coração recomenda fazer duas horas e meia de exercício aeróbico de intensidade moderada por semana. EFE
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