Veracruz fecha ciclo de cúpulas ibero-americanas anuais e marca renovação
Jesús García Becerril.
Madri, 3 dez (EFE).- A Cúpula de Veracruz entrará para a história como a última de caráter anual dos líderes ibero-americanos e marcará o começo de um processo de renovação que pretende transformar o fórum em um instrumento mais concreto destinado à cooperação cultural, educativa e para a inovação.
Há dois anos, na Cúpula de Cádiz, foi aprovado um mandato para que o ex-presidente chileno Ricardo Lagos formulasse uma proposta de revisão das cúpulas para evitar que os encontros perdessem força.
Um dos resultados é que a 24ª cúpula, que começará na próxima segunda-feira, será a última anual e que a seguinte aconteça em 2016, provavelmente na Colômbia.
A Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib) é o órgão que garante o funcionamento das cúpulas, e sua titular, a costa-riquenha Rebeca Grynspan, que assumiu no cargo em abril, justifica as mudanças.
“A América Latina é diferente de como era em 1991, quando foi realizada a primeira cúpula (em Guadalajara, no México). O PIB quadruplicou, diminuíram a pobreza e a desigualdade, o crescimento é estável…”, disse Grynspan.
Outro fator que torna menos necessário o encontro anual é que em 1991 a Ibero-Americana era a única cúpula que reunia chefes de Estado da região (a OEA reunia apenas chanceleres), e agora há outros fóruns: Cúpula das Américas, Unasul, Mercosul, CELAC, Alba e Aliança do Pacífico.
A partir de agora, a cúpula UE-América Latina será realizada nos anos ímpares e a Ibero-Americana nos pares, ressaltou Grynspan.
Os países latinos querem aproveitar a via ibero-americana – “a mais natural e próxima” – como fator para se projetar ao mundo, de modo que o objetivo é buscar a complementaridade de fóruns e organizações.
Por isso, o futuro das Cúpulas Ibero-Americanas, além dos temas políticos que os presidentes possam debater a cada ano em sua “retirada”, passa pela concretização de programas de cooperação nos âmbitos educativo, cultural e no estímulo à inovação.
Em Veracruz serão apresentados vários projetos que têm a finalidade de se transformar em instrumentos de cooperação da comunidade ibero-americana. Entre eles, destaca-se a ideia de favorecer o intercâmbio de estudantes, com a intenção de concessão de bolsas de estudos de até US$ 4 mil cada a cerca de 200 mil estudantes até 2020.
Além disso, um projeto visa favorecer a mobilidade acadêmica, destinada a melhorar a capacitação de professores e de estudantes de magistério. EFE
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