Vice dos EUA pede unidade e novo governo em conversa com líderes iraquianos
Washington, 18 jun (EFE).- O vice-presidente dos Estados Unidos, Joseph Biden, participou nesta quarta-feira de uma série de conversas telefônicas com líderes iraquianos para pedir, mais uma vez, que estabeleçam uma sólida união nacional e formem um novo governo para enfrentar a crise gerada pelo avanço jihadista no Iraque, informou a Casa Branca.
Biden, que está em uma viagem por vários países da América Latina e do Caribe, transmitiu a mesma mensagem, com a qual os Estados Unidos vêm insistindo desde o início da crise, ao primeiro-ministro iraquiano Nouri al Maliki; ao porta-voz do Conselho de Representantes, Osama al Nujaifi, e ao presidente da região autônoma do Curdistão iraquiano, Massoud Barzani, afirmou a Casa Branca em comunicado.
Esses contatos aconteceram no mesmo dia em que o presidente dos EUA, Barack Obama, se reuniu com os principais líderes republicanos e democratas do Congresso para tratar da situação no Iraque, onde o grupo jihadista do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Isis, sigla em inglês) ameaça invadir a capital, Bagdá.
“Biden destacou a necessidade da união nacional frente à ameaça que o Isis representa para as comunidades iraquianas, assim como da coordenação em assuntos de segurança e da formação urgente de um novo governo, com base na Constituição”, segundo a Casa Branca.
Em sua conversa com Maliki, o vice-presidente americano pediu que o primeiro-ministro governe de forma “inclusiva”, promova a estabilidade e a unidade entre a população e responda às “necessidades legítimas das diversas comunidades iraquianas”.
Com Nujaifi, Biden falou sobre os passos a se seguir para mobilizar a população contra o Isis, assim como a “importância da manutenção do processo constitucional após as eleições nacionais de 30 de abril”.
Obama comunicou nesta quarta-feira aos líderes das duas câmaras do Congresso que a autorização do mesmo não será necessária para o plano que está sendo traçado para fazer frente à crise no Iraque, enquanto a Casa Branca insistiu que todas as opções estão sobre a mesa, inclusive os ataques aéreos.
O ministro das Relações Exteriores do Iraque, Hoshiyar Zebari, anunciou hoje que Bagdá pediu formalmente que Washington realize “ataques aéreos contra os grupos terroristas” com base no acordo de segurança assinado entre os dois países.
No entanto, ganha cada vez mais força no processo de decisão da Casa Branca e do Pentágono a exigência de medidas políticas ao governo do xiita Maliki, visto por Washington como o principal responsável pelo aumento da tensão sectária no Iraque.
Em um comparecimento no Congresso, o chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o general Martin Dempsey, atribuiu a crise iraquiana à atitude do governo de Maliki que “falhou” ao perder o controle de grandes áreas para as milícias extremistas sunitas. EFE
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