Vice-presidente venezuelano afirma que contas no HSBC são transparentes
Caracas, 12 fev (EFE).- O vice-presidente econômico da Venezuela, Rodolfo Marco Torres, afirmou em entrevista publicada nesta quinta-feira que as contas do Banco do Tesouro na filial do britânico HSBC na Suíça, que, segundo a “Lista Falciani”, rondam os US$ 12 bilhões, são “totalmente transparentes”.
“Então o Banco do Tesouro tinha recursos e os depositava nessa conta através de um fideicomisso e se originavam diferentes subcontas onde eram feitos investimentos e pagamentos a provedores, isso não tem nada de anormal”, disse Marco Torres em entrevista ao jornal venezuelano “El Mundo”.
O esclarecimento do ministro veio depois de o Banco do Tesouro aparecer na “Lista Falciani” entre 2005 e 2007 com mais de US$ 12 bilhões em contas do HSBC em nome da Tesouraria venezuelana e do Banco do Tesouro, presidido então por Marco Torres.
“Podem investigar tudo o que quiserem. Existiu uma conta do Banco do Tesouro no HSBC, mas não é secreta. Uma instituição não pode abrir uma conta secreta”, disse também o ministro das Finanças e Bancos Públicos que ainda desmentiu que houvesse na entidade contas em seu nome.
O ministro explicou que o país não teve inconvenientes com as contas no HSBC, banco eleito pelo Estado venezuelano em 2005, quando abriram as contas, por ser um dos “maiores do mundo, com excelente classificação de risco”.
Além disso, assinalou que o Estado venezuelano não teve reivindicações nem inconvenientes com essas contas porque “são totalmente transparentes, não são contas ocultas, tiveram sua contabilidade, revisão”.
“Agora se nós tivéssemos tido esse dinheiro no ano 2008 em um banco como o Lehman Brothers, que levou qualquer quantidade de capitais de instituições publicas e privadas do mundo, ali de repente teríamos uma queixa”, criticou.
A “Lista Falciani” foi elaborada com informação da filial em Genebra do banco britânico HSBC que o técnico em informática Hervé Falciani gravou em um CD e entregou à Fazenda francesa em 2009.
Um grupo de jornalistas de 45 países, integrados no ICIJ, o consórcio internacional de jornalistas investigativos, esquadrinhou a informação de mais de cem mil contas bancárias que chegou a eles pelo jornal francês “Le Monde”, que recebeu a informação vazada por Falciani.
Segundo o site do ICIJ, nos anos investigados a Venezuela era o terceiro país com a maior soma em dólares (US$ 14,8 bilhões), distribuídos em 1.282 contas em nome de 1.138 clientes.
Só superavam a Venezuela, a Suíça (US$ 31,2 bilhões) e o Reino Unido (US$ 21,7 bilhões), segundo a “Lista Falciani”. EFE
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