Vietnã denuncia ataque de navio chinês contra pesqueiro em águas em disputa
Bangcoc, 27 mai (EFE).- Um navio pesqueiro vietnamita, com dez tripulantes a bordo, foi afundado perto das Ilhas Paracel após ser atingido por um navio chinês, um novo incidente que aviva as tensões entre os dois países nestas águas em disputa.
O incidente ocorreu na tarde de ontem, informo nesta terça-feira o jornal “Tuoi Tre”, quando 40 embarcações chinesas cercaram um grupo de pesqueiros vietnamitas a cerca de 30 quilômetros ao sul do ponto no qual a China instala uma plataforma petrolífera da companhia estatal chinesa CNOOC, em águas que são reivindicadas por Pequim e Hanói.
Os dez pescadores vietnamitas que viajavam na embarcação foram resgatados por outras embarcações vietnamitas, afirmou o relatório da Guarda Costeira do Vietnã.
Há quase duas semanas manifestantes vietnamitas queimaram várias fábricas em um polígono industrial com negócios têxteis e calçadistas taiuaneses, chineses e sul-coreanos na província de Binh Duong, no sul do país.
As manifestações foram convocadas depois de uma embarcação chinesa bater em outra vietnamita que tentava impedir a instalação da plataforma petrolífera nas Ilhas Paracel.
A plataforma estava originariamente nas águas ao sul de Hong Kong, mas foi transferida para próximo das disputadas Paracel (que os chineses denominam Xisha) em 2 de maio, o que foi considerado como uma ação “ilegal” por Hanói.
Pelo menos quatro chineses morreram e mais de 100 ficaram feridos durante os protestos que incendiaram 15 edifícios.
A China evacuou mais de seis mil cidadãos que trabalhavam em projetos no Vietnã e anunciou que, como represália aos violentos incidentes, suspenderá parte de seus planos de intercâmbios bilaterais com o Vietnã, mas não especificou a partir de quando, nem qual área de cooperação ficará afetada.
O primeiro-ministro do Vietnã, Nguyen Tan Dung, advertiu na semana passada, em discurso no Fórum Econômico Mundial (FEM) para a Ásia Oriental realizado em Manila, que este conflito de defensa da soberania com a China pode afetar todo o mundo, e “poderia inclusive fazer retroceder a tendência de crescimento global”.EFE
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