Violência doméstica afeta uma em cada quatro crianças na Argentina
Buenos Aires, 9 jan (EFE).- Um em cada quatro casos de violência doméstica no ano passado na Argentina afetou menores de idade, segundo dados oficiais divulgados nesta quinta-feira, em meio à comoção que vive o país pelo suposto assassinato por espancamento de duas meninas de três e sete anos por seus familiares.
Os casos de maus-tratos e abusos a meninas representam 13% das 915 denúncias tramitadas pelo Escritório de Violência Doméstica (OVD) até novembro de 2013, enquanto 12% dos casos correspondem a meninos, segundo as últimas estatísticas divulgadas pelo organismo da Corte Suprema Argentina.
Os números representam uma pequena queda com relação a 2012, quando os menores foram vítimas de 31% das 873 denúncias interpostas pela OVD.
A violência infantil cometida por familiares monopoliza todos os olhares nesta semana na Argentina, onde hoje a mãe de uma menina de três anos e seu companheiro foram acusados na cidade de Mendoza.
A Procuradoria decidiu acusar Rita Estefanía Rodríguez e Jorge Gabriel Orellano, depois que a autópsia revelou que a menor morreu por causa de múltiplas pancadas, duas delas muito fortes, na testa e na nuca. O casal está sendo acusado de ter espancado a criança até a morte e depois ter abandonado o corpo em um hospital da região.
Outro caso similar foi registrado na cidade em Berazategui, na província de Buenos Aires.
A Justiça tomará amanhã o depoimento de Silvia Beatriz Lafuente, suspeita de ter espancado sua filha de sete anos o que lhe ocasionou a morte. Além disso, a mãe está sendo acusada de tentar se desfazer do corpo, primeiro o queimando em uma grelha, e depois, jogando em um rio com a ajuda do padrasto da menina, Pablo Verón Bisconti.
Silvia é acusada de “homicídio agravado pelo vínculo” com a vítima. Caso seja condenada, pode pegar a pena de prisão perpétua. Bisconti, no entanto, é acusado de delito de “encobrimento agravado”, com uma pena máxima de seis anos de prisão.
No ano passado, 30 menores morreram por consequências, diretas ou indiretas, de maus-tratos em casa, segundo o Observatório de Femicídios Adriana Marisel Zambrano. EFE
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