Virgínia (EUA) retirará bandeira confederada das placas de veículos

  • Por Agencia EFE
  • 23/06/2015 17h27

Washington, 23 jun (EFE).- O governador da Virgínia, Terry McAuliffe, anunciou nesta terça-feira que seu estado retirará a controversa imagem da bandeira confederada de todas as placas de veículos emitidas no território por considerá-la um símbolo “divisor e prejudicial”.

O debate sobre o uso da bandeira confederada, um emblema que divide os Estados Unidos desde sua Guerra Civil (1861-1865), voltou à tona por causa do massacre da semana passada em uma igreja da comunidade negra de Charleston (Carolina do Sul), onde morreram nove pessoas.

Um dia depois de a governadora da Carolina do Sul, a republicana Nikki Haley, pedir a retirada da bandeira confederada do parlamento estadual, McAuliffe respaldou essa solicitação e anunciou uma série de medidas em seu próprio estado.

“Embora aqui a bandeira não esteja içada na praça do Capitólio (estadual), foi objeto de uma controvérsia considerável, e divide muitos de nossos moradores”, disse McAuliffe em discurso.

“Até mesmo exibi-la nas placas emitidas pelo estado é, em minha opinião, inutilmente divisor e prejudicial para muitos cidadãos”, acrescentou o governador democrata.

McAuliffe explicou hoje que uma lei estadual aprovada em 1999 tentou “especificamente evitar que a bandeira confederada fizesse parte do design” das placas dos veículos, mas decisões de tribunais federais obrigaram à autoridade que emite as placas a permitir que essa imagem fosse incluída.

Na semana passada, a Suprema Corte dos Estados Unidos “decidiu que os estados podem de fato evitar que o emblema confederado seja impresso em suas placas, o que contradiz diretamente as decisões anteriores dos tribunais na Virgínia”, comentou o governador.

Portanto, McAuliffe disse que hoje pediu ao escritório do procurador-geral do estado que “invalide a decisão judicial prévia que exige que o emblema confederado apareça nas placas emitidas pelo estado”.

O debate sobre a bandeira confederada não chegou só a Carolina do Sul e Virgínia, mas também a outros estados do sul, onde ainda persistem o uso desse emblema adotado pelos estados separatistas – e favoráveis à escravidão.

Também hoje o Wal-Mart e outras grandes redes de varejo anunciaram que deixarão de vender a bandeira confederada.

“Não queremos vender produtos que ponham ninguém em uma situação incômoda”, afirmou hoje o presidente e executivo-chefe do Wal-Mart, Doug McMillon, em entrevista à rede de televisão “CNN”.

O maior grupo de comércio no varejo do mundo explicou em comunicado que os produtos que incluam a bandeira confederada serão retirados de suas lojas e de seu site.

Por sua parte, a portal de leilões eBay informou hoje que também proibirá a venda da bandeira confederada e de outros objetos relacionados por ter se transformado em um “símbolo de divisão e de racismo”.

Para alguns americanos, essa bandeira simboliza parte da história e identidade de seu estado, enquanto para outros se trata de um símbolo racista. EFE

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