Vítimas de ataques com ácido na Índia são detidas durante protesto
Nova Délhi, 18 dez (EFE).- A polícia impediu nesta quinta-feira em Nova Délhi que vítimas de ataques com ácido, que há uma semana iniciaram uma greve de fome, e ativistas levassem o protesto ao parlamento, detendo 25 pessoas, informaram à Agência Efe fontes policiais e da associação Stop Acid Attacks.
Os detidos, entre eles vítimas conhecidas na Índia pela luta para erradicar estes ataques, foram transferidos a dependências policiais e, após prestar depoimento, foram postas em liberdade, disse uma fonte da polícia da capital indiana.
Um porta-voz do grupo, Ajayendra Tripathi, afirmou que o protesto começou em Jantar Mantar, o “manifestódromo” da cidade onde sete sobreviventes de ataques com ácido iniciaram na sexta-feira uma greve de fome.
As vítimas, seis mulheres e um homem, e vários ativistas se manifestaram até o parlamento, mas quando chegaram ao local, ocorreram as detenções, relatou o porta-voz.
Tripathi se queixou do tratamento policial e denunciou que vários detidos apanharam e não receberam assistência médica e nem legal, entre eles vítimas como Laxmi, assim conhecida no país asiático por sua luta contra estes ataques, e ativistas como o responsável do grupo, Alok Dixit.
A Corte Suprema da Índia endureceu em 2013 a venda de ácido e opinou que o governo deve compensar cada vítima com 300 mil rúpias (US$ 5 mil), medidas que não são praticadas, segundo Stop Acid Attacks.
Estes ataques são cometidos na Índia como vingança, geralmente em relacionamentos amorosos, em um país onde o ácido é muito acessível, só custa cerca de 30 rúpias (menos de US$ 1) e é frequentemente utilizado na limpeza de banheiros ou encanamentos.
A lei castiga estes atos com penas que vão entre 8 e 12 anos de prisão. EFE
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