Yatseniuk: conflito armado na Ucrânia não é interno, mas com a Rússia

  • Por Agencia EFE
  • 20/01/2015 10h31

Kiev, 20 jan (EFE).- O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, assegurou nesta terça-feira que a guerra no leste do país não deve ser qualificada como civil, mas como um conflito armado entre dois países provocado pela agressão da vizinha Rússia.

“Não temos um conflito dentro da Ucrânia. O conflito militar bilateral entre Ucrânia e Rússia foi provocado pela agressão militar russa, a anexação da Crimeia e a invasão do território oriental da Ucrânia”, disse Yatseniuk em entrevista coletiva conjunta com a chefe do Executivo polonês, Ewa Kopacz, de visita em Kiev.

O primeiro-ministro ucraniano também acusou a Rússia de estar por trás da renovada capacidade ofensiva que demonstraram os separatistas pró-Rússia nos últimos dias, que reativaran os combates praticamente em todo o leste da Ucrânia.

“A Ucrânia e toda a comunidade internacional têm provas irrefutáveis de envios de armamento e força viva à Ucrânia desde a Rússia”, ressaltou Yatseniuk, que assinalou que os rebeldes receberam recentemente de Moscou tanques, canhões de artilharia, radares e sistemas lança-mísseis.

Kiev, que sempre sustentou que a Rússia está por trás da rebeldia pró-russa que explodiu em abril nas regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk, também acusou Moscou de organizar atentados terroristas em outros territórios do país, entre eles o que ontem causou 14 feridos na cidade de Kharkiv.

“A Federação da Rússia continua a guerra contra a Ucrânia e também comete atentados terroristas em território de nosso Estado. Um exemplo da enésima ação da Rússia contra a população civil é a explosão em Kharkiv”, denunciou um comunicado do Conselho de Segurança Nacional e Defesa ucraniano publicado nesta madrugada.

Essa explosão de uma bomba caseira ativada na porta de um tribunal de Kharkiv ao término do julgamento de Mikhail Skolov, um nacionalista radical ucraniano acusado de posse ilícita de armas, deixou 14 feridos.

Entre os feridos está a filha do acusado, de 18 anos, e vários membros da formação ultranacionalista “Pravi Sektor” (Setor de Direitas), que se aproximaram do tribunal para apoiar Sokolov.

“Foi ativada uma bomba caseira fixada de alguma maneira ao solo”, explicou à imprensa local uma fonte policial, que precisou que a bomba estava carregada de estilhaços para causar o maior dano possível.

As hostilidades, que ocorreram em novos ataques com artilharia contra as zonas residenciais da cidade de Donetsk e também contra outras localidades do leste ucraniano, sepultaram definitivamente a frágil trégua estipulada desde 9 de dezembro.

Dezenas de civis e combatentes de ambos os grupos morreram ou ficaram feridos após a escalada do conflito.

Segundo a ONU, quase cinco mil pessoas perderam a vida no leste da Ucrânia desde abril, quando Kiev lançou uma operação militar contra os rebeldes separatistas que explodiu após a derrocada do presidente Viktor Yanukovich, em fevereiro de 2014. EFE

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