Yingluck Sinawatra batalha por reeleição e reconciliação na Tailândia
Bangcoc, 30 jan (EFE).- Adorada por seus seguidores e insultada pela oposição, Yingluck Sinawatra batalha por sua reeleição como primeira-ministra e pela reconciliação de uma sociedade tailandesa cada vez mais dividida.
Após entrar para a História como a primeira mulher a dirigir o país, a governante se mostrou conciliadora com a oposição ao oferecer, várias vezes, o diálogo como saída do atoleiro político em que o país se encontra.
Desde outubro do ano passado, a primeira-ministra interina tem enfrentado uma série de manifestações antigovernamentais onde, por enquanto, morreram dez pessoas e mais de 500 ficaram feridas.
Em novembro, dez parlamentares do opositor Partido Democrata decidiram deixar suas cadeiras no Legislativo, chamar a população à desobediência civil e radicalizar as mobilizações a fim de provocar a queda do Executivo de Yingluck.
O estopim desta rebelião antigovernamental foi o projeto de lei promovido pela Administração para anistiar dezenas de políticos e ativistas condenados ou acusados desde 1º de janeiro de 2004.
A medida incluía manifestantes e políticos acusados pelos protestos de diferentes origens nos últimos anos, assim como Thaksin Shinawatra, o irmão mais velho de Yingluck, que foi deposto do cargo de primeiro-ministro em 2006 por um golpe militar.
Desde então, milhares de manifestantes exigiram a renúncia de Yingluck com manifestações pela cidade, ocupando edifícios governamentais e inclusive cercando de maneira pacífica a residência da governante em Bangcoc.
No entanto, a atual chefe do governo interino mostrou uma atitude batalhadora ao se negar, em algumas ocasiões entre lágrimas, a deixar o poder, já que o conquistou pela ampla maioria dos votos nas eleições gerais de 2011.
Nascida em 21 de junho de 1967 em Chiang Mai, a nona e última filha de um influente clã familiar de ascendência chinesa que adotou o sobrenome tailandês Shinawatra em 1938, Yingluck chegou à política tailandesa pelas mãos de seu irmão Thaksin aos 43 anos e sem nenhuma experiência no cenário político.
A fotogênica governante, de aparência jovial, formou-se em Ciências Políticas pela Universidade de Chiang Mai e em 1990 obteve o doutorado na Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos.
A partir de então sua vida profissional se voltou para a gestão de empresas familiares, como diretora da operadora de telefonia celular AIS e presidente do grupo de empresas do setor imobiliário SC Asset Company, até chegar à política.
Considerada uma boa aluna do estilo populista que lançou seu irmão ao poder, em um de seus primeiros discursos após a vitória eleitoral prometeu um aumento do salário mínimo.
Estas medidas de cárater popular, assim como os subsídios para o arroz, lhe renderam uma animosidade com seus adversários políticos, que a veem como marionete de seu irmão Thaksin, que, de acordo com a oposição, governa o país no exílio.
Yingluck rejeita a versão de seus opositores de que é uma fantoche de seu irmão, que é 18 anos mais velho que ela, embora admita que fala com ele frequentemente sobre estratégias políticas.
O golpe de estado que depôs o governo de Thaksin colocou a Tailândia em uma profunda crise política que a cada um ou dois anos desemboca em manifestações de partidários ou opositores que causam dezenas de mortos e grandes perdas econômicas.
Desde 2008, Thaksin vive entre Dubai e Londres, fugindo de uma sentença de dois anos de prisão por corrupção. EFE
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