Zuckerberg defende sua iniciativa de internet gratuita após polêmica na Índia
San Francisco, 17 abr (EFE).- O executivo-chefe do Facebook, Mark Zuckerberg, defendeu nesta sexta-feira a iniciativa da empresa para levar internet de graça aos países em desenvolvimento depois que várias companhias na Índia retiraram seu apoio ao projeto.
A Internet.org, projeto do Facebook que aspira a conectar bilhões de pessoas gratuitamente à grande rede, sofreu um revés esta semana depois que várias empresas na Índia disseram que o plano de Zuckerberg é contrário à neutralidade na web, a ideia que todo o tráfego na rede deveria receber o mesmo tratamento.
Entre as companhias que retiraram seu apoio à Internet.org estão o site de viagens Cleartrip.com e o gigante da mídia Times Group, proprietário do jornal “Times of India”, que expressaram seu temor a que as empresas de telefonia acabem impondo aplicativos e serviços aos quais se podem conectar os usuários.
A coalizão indiana “Save the internet” indicou em artigo publicado no jornal “Hindustan Times” que Zuckerberg e sua iniciativa querem fazer as pessoas acreditarem que Facebook e internet “são a mesma coisa”.
Zuckerberg defendeu a Internet.org hoje no blog do Facebook, ao assinalar que é uma aliança com governos e operadores de telefonia celular para ajudar a incluir todo o mundo nas oportunidades oferecidas pelo acesso à web.
“Progredimos muito e mais de 800 milhões de pessoas em nove países podem acessar agora a serviços básicos gratuitos através da Internet.org”, disse o fundador do Facebook, que assinalou que entre os beneficiados estão milhões de pessoas na Índia.
Além disso, Zuckerberg disse estar em desacordo com a ideia que oferecer internet de graça seja contrário à neutralidade na rede.
“Respaldamos plenamente a neutralidade na rede. Queremos uma internet aberta”, afirmou o executivo-chefe do Facebook, opinando que “se alguém não pode pagar pela conectividade, é melhor oferecer algum tipo de serviço que carecer totalmente dele”.
“O debate sobre a neutralidade na rede não deveria ser usado para impedir que as pessoas com menos vantagens na sociedade acessem à internet nem para negar oportunidades a ninguém”, comentou Zuckerberg.
Em sua opinião, existe uma “oportunidade histórica” para conectar bilhões de pessoas à web e é necessária a colaboração de todos para torná-la realidade.
O fundador Facebook ressaltou ainda que a Internet.org está aberta a todos os operadores móveis e a empresa “não impede ninguém de somar-se ao projeto”.
“Queremos que se somem tantos provedores de internet quanto seja possível para conseguir que o número de pessoas conectadas à web seja o maior possível”. EFE
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