Zuluaga não reconhece conflito armado e insiste em terrorismo das Farc
Bogotá, 6 jun (EFE).- O candidato presidencial uribista, Óscar Iván Zuluaga, descartou reconhecer a existência de um conflito armado na Colômbia e insistiu na tese de que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) são um grupo terrorista, e que a violência de meio século é resultado da ofensiva contra o Estado.
Zuluaga esclareceu sua posição em uma entrevista à emissora “RCN” na qual afirmou que, “se houvesse um conflito, as Farc estariam em uma posição completamente diferente”.
A importância de reconhecer ou não a existência de um conflito armado interno tem origem na definição do Direito Internacional Humanitário, que regula as guerras, pois implica em admitir que as Farc têm comando responsável e controle territorial suficiente para empreender ações militares.
Mas Zuluaga insistiu que as Farc “continuam a cometer atos terroristas e atuam como tal”. E argumentou que, se houvesse um conflito armado interno, a força que as Farc representam “teriam proibido a utilização das minas anti-pessoais e o recrutamento de crianças”.
O atual presidente colombiano e rival de Zuluaga nas urnas no próximo dia 15 de junho, Juan Manuel Santos, reconheceu a existência do conflito armado interno e das vítimas logo no início de seu mandato, em 2010, o que abriu as portas para a negociação à saída política da violência com as Farc nos diálogos de Havana.
Zuluaga criticou os parâmetros das conversas em Cuba e mais de uma vez questionou Santos por se sentar para negociar com “terroristas”, mas agora prometeu que, se for eleito presidente, manterá o processo, com a exigência de um cessar-fogo das Farc e condições que provem a vontade política do grupo.
Duas pesquisas de intenções de voto divulgadas hoje, a nove dias do segundo turno das eleições presidenciais colombianas, dão resultados opostos. Uma indica que, se fosse hoje, Santos seria reeleito e outra que a vitória seria de Zuluaga. EFE
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