Zuma cancela viagem à Indonésia para abordar onda de violência xenófoba

  • Por Agencia EFE
  • 18/04/2015 11h11

Nairóbi, 18 abr (EFE).- O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, cancelou neste sábado sua visita à Indonésia para tratar de “problemas domésticos” relacionados à onda de ataques a estrangeiros, informou a presidência do país.

A polícia de Kwazulu-Natal informou hoje que prendeu 78 pessoas supostamente vinculadas à onda de violência racista, que já deixou seis mortos nas últimas duas semanas, segundo a imprensa local.

Zuma viajaria para Indonésia nesta tarde para participar da cúpula África-Ásia em comemoração do histórico conclave de Bandung, de 1955, no qual líderes de ambos os continentes impulsionaram os movimentos de libertação e autodeterminação, segundo um comunicado da presidência sul-africana.

O chefe de Estado se reunirá durante a semana com ministros e representantes dos principais setores para “fortalecer a coexistência pacífica”.

“Necessitamos que todos os líderes trabalhem juntos para que a situação volte à normalidade”, declarou Zuma.

Nesta tarde, Zuma visitará os estrangeiros que foram obrigados a abandonar seus lares e estão em um acampamento em Chatsworth, em Durban.

O presidente voltou hoje a condenar os ataques contra africanos estrangeiros e pediu para a polícia a seguir trabalhando “dia e noite para proteger as comunidades” e prender os responsáveis.

“Reiteramos nossa mensagem de que não pode haver justificativa para os ataques contra cidadãos estrangeiros. Estes ataques vão contra tudo o que acreditamos. A maioria dos sul-africanos amam a paz e as boas relações com seus irmãos no continente”, acrescentou o presidente no comunicado.

Em substituição a Zuma, o vice-presidente Cyril Ramaphosa representará a África do Sul no encontro na Indonésia.

A polícia de Kwazulu-Natal disse hoje que a sexta vítima dos ataques era um homem de 58 anos de outro país africano, cuja nacionalidade não informou.

“O homem era um residente estrangeiro que vivia na região. Aparentemente, um grupo de indivíduos o atacou em sua casa. O atacaram e o apunhalaram várias vezes”, relatou o agente Jay Naicker.

A noite passada foi de relativa calma nos lugares de maior agitação nos últimos dias, como Kwazulu-Natal.

Nesta manhã, dois homens morreram baleados em um hotel de Jeppestown, em Johanesburgo, uma zona onde foram registrados vários ataques a estabelecimentos administrados por estrangeiros.

No entanto, a polícia sustentou que o crime foi um acerto de contas.

O antigo gueto negro de Alexandra, no norte da cidade, também sofreu novos saques nesta noite. EFE

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