A admiração mútua entre os narcisistas e donos da verdade, Putin e Trump

Vladimir Putin

A admiração é mútua e faz sentido: Ambos são narcisistas, donos da verdade e sinistros. E de quem estamos falando? Um já é presidente e ficará no cargo quanto bem entender e o outro tem ambições faraônicas como o seu ego. Estamos falando de Vladimir Putin, o presidente russo, e obviamente de Donald Trump, que se tornou cadeira cativa nos meus comentários aqui na Jovem Pan.

Trump domina o noticiário americano agora na corrida eleitoral das primárias republicanas e Putin simplesmente domina as notícias e a sua fabricação na Rússia. Na quinta-feira, o presidente russo deu sua habital e longuíssima entrevista coletiva da época de Natal e o destaque aqui nos Estados Unidos foi o esfuziante endosso dado por Putin a Trump.

Que bizarro presente de Natal. Na verdade, era a vez de Putin ser generoso, pois o bilionário bufão que lidera a corrida das primárias republicanas não esconde sua admiração pelo presidente por projetar firmeza.

Putin disse que Trump é um homem muito brilhante e talentoso e arrematou: nenhum dúvida sobre isso. Pouco? Tem mais. Para o presidente russo, o bilionário bufão é o líder absoluto na corrida presidencial americana, pelo menos hoje. Não falta comentário bizarro em coletiva de Putin. Ele disse também que Joseph Blatter, o presidente suspenso da FIFA merece o Prêmio Nobel da Paz.

Não é de hoje que Putin exerce fascínio sobre políticos de extrema direita no Ocidente. Marine Le Pen, líder da extrema direita francesa tem afinidade com o presidente russo por seus ataques incessantes contra a União Europeia e por Putin hoje um paladino dos valores da civilização cristã e na luta contra o terror islâmico. Maior ironia. E de pensar que nos tempos do comunismo soviético, Putin alcançou o cargo de coronel da KGB.

Aqui nos Estados Unidos, em entrevistas com simpatizantes de Trump nos seus comícios, é comum escutar elogios a Putin, acompanhados de críticas à frouxidão do presidente Barack Obama. Muita gente não quer planos complicados para resolver os problemas. O negócio é botar para quebrar. Vale ter atitude, não um plano. Sem dúvida que se a gente for por aí, Putin e Trump são homens talentosos. Justa a mútua admiração.