Além de inaugurar o que já foi inaugurado, Lula viola a lei eleitoral mais uma vez
Reinaldo, quer dizer que Lula e Dilma, mais uma vez, violaram a lei eleitoral?
E não só a lei eleitoral, é lamentável, vamos ver. Luís Inácio Lula da Silva, que vocês sabem quem é, foi convidado para inaugurar a UniLab, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Trata-se de uma instituição federal que fica em São Francisco do Conde, a 60 km de Salvador. E, ora vejam, funciona desde fevereiro de 2013. Então ficamos assim: o ex-presidente inaugurou o já inaugurado, o que não chega a ser surpreendente.
De todo modo, ele estava em um espaço público, financiado pelo governo federal, e isso quer dizer que o dinheiro que sustenta aquela atividade pertence a todos os brasileiros. E aproveitou a ocasião para cometer um crime eleitoral óbvio: atacou as oposições e defendeu a reeleição de Dilma Rousseff.
Ora, o dinheiro que financia a universidade pertence aos eleitores que votam no PT. O dinheiro que financia a universidade pertence aos eleitores que votam no PSDB. O dinheiro que financia a universidade pertence aos eleitores que votam no PSB. O dinheiro que financia a universidade pertence aos eleitores que votam em outros partidos. O dinheiro que financia a universidade pertence aos eleitores que não votam em ninguém, que não comparecem às urnas, que se abstém, que anulam o seu voto. O dinheiro que financia a universidade, em suma, pertence ao público.
É evidente que Lula, ao atacar a oposição e ao defender a reeleição de Dilma Rousseff, está usando um bem público em favor de um partido e de uma candidatura. E a direção da universidade, que permitiu esse absurdo, sem mostrar sinais de desconforto, cometeu crime eleitoral além, insista-se, de incidir em improbidade administrativa.
Disse Lula: “A Dilma, além de ser uma mulher inteligente e competente, é uma de nós. Ela está lá porque nós quisemos e vai ficar lá porque nós queremos”. Que “nós” é esse a que ele se refere? Na sua cabeça é o PT, ele já começa a achar que o eleitor é desnecessário.
Na solenidade estavam presentes, pasmem, o governador da Bahia, Jaques Vagner, e os ministros da Educação e da Igualdade Racial, Henrique Paim e Luís Abairros, respectivamente. Todos do PT. Na plateia, militantes com as bandeiras do partido e funcionários públicos com camisetas vermelhas distribuídas pelos petistas. Um acinte e um deboche.
Lula aproveitou ainda para defender o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e para defender a compra da refinaria de Pasadena. Em Minas, quem mandou a lei para o lixo foi Dilma Rousseff, a presidente, ao assinar autorização para uma obra pública, que é de competência federal, aproveitou para atacar, ainda que de modo oblíquo, as gestões tucanas do estado.
Não adianta, essa gente realmente acredita que é a dona dos recursos públicos, a dona do país, a dona das leis. Lá na Bahia, Lula afirmou que a eventual reeleição de Dilma será a desgraça da oposição. Como se nota, este senhor não considera que a alternância de poder parte constitutiva do regime democrático.
Nada disso, ele quer é destruir o outro. Um político que dissesse um troço como esse nos Estados Unidos estaria liquidado para sempre. Por aqui, alguns o chamarão de gênio.
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