Alexandre Borges: Que os erros de Macri sirvam de lição

  • Por Alexandre Borges/Jovem Pan
  • 07/05/2019 09h28 - Atualizado em 14/05/2019 13h44
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EFE Que os erros de Mauricio Macri sirvam de lição para todos os países da região, inclusive o Brasil

Quando Mauricio Macri foi eleito presidente da Argentina, no final de 2015, encerrando doze anos nefastos de governos da esquerda peronista do casal Nestor e Cristina Kirchner, os liberais e conservadores da região comemoraram.

A vitória de Mauricio Macri foi vista como uma vitória do liberalismo na terra de Juan Perón, o líder populista que exerceu a presidência na Argentina por três vezes e marcou a política local para sempre. O peronismo ainda é a grande força política-ideológica do país e seu partido original, o Justicialista, é o mesmo de Cristina Kirchner.

Macri é um liberal, mas os graves problemas econômicas do país nos últimos meses fizeram com que adotasse medidas de fazer qualquer liberal tapar o nariz como congelamento de preços, um erro brutal que pode custar sua reeleição e reabilitar o kirchnerismo. É tudo que a Argentina e a América do Sul não precisam.

Depois de mais de dez anos de intervencionismo econômico dos Kirchner, muito próximo ao tipo de mentalidade do governo Dilma Rousseff e sua nada saudosa Nova Matriz Econômica que mergulhou o Brasil numa crise tão profunda que ainda não conseguiu sair, Macri prometeu responsabilidade fiscal e racionalidade na condução da economia, mas seu gradualismo foi demais para o pavio curto dos argentinos e como os resultados ainda não vieram como esperado sua popularidade entrou em queda livre.

A solução encontrada por Macri foi a pior possível, trazer de volta algumas das práticas da esquerda que ele foi eleito para combater, e o resultado foi o renascimento político de Cristina Kirchner que hoje lidera, ainda por uma margem apertada, as pesquisas de intenção de voto para as próximas eleições presidenciais que acontecerão em 27 de outubro deste ano.

Muito mais que discursos, frases de efeito ou discussões de tramas palacianas, o eleitor quer resultados. As projeções de crescimento do PIB do Brasil caíram de 1,7% para 1,49%, a aprovação da reforma da previdência exatamente como proposta por Paulo Guedes ainda é incerta, o desemprego continua em alta, sem falar nos riscos de paralisação no segundo semestre por conta da “regra de ouro” do orçamento.

Que os erros de Mauricio Macri sirvam de lição para todos os países da região, inclusive o Brasil, nunca passem pelo mesmo risco de abrirem os túmulos da política e que os fantasmas da esquerda populista ressurjam.

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