Aliados mantêm Temer “vivo por aparelhos”, mas já articulam substituto
Aliados estão mantendo Temer vive por aparelhos enquanto, nos bastidores, uma “junta médica” já articula um nome de consenso para substituir o presidente caso ele fique insustentável jurídica e politicamente.
PSDB, DEM e PSD, partidos da base que compõem a “junta”, não têm nenhum “puro”, que não esteja implicado nas delações e revelações gravíssimas. A conjuntura política atual, bizarra e anômala, faz com que esses partidos super investigados decidam o futuro do País.
É muito difícil, no entanto, encontrar um nome de consenso entre as siglas, palatável aos meios políticos e à sociedade em certa medida, além de manter as reformas, condições “sine qua non”. Outro fato estranho: derrubar um governo e manter seus projetos.
Copiloto permanece
Henrique Meirelles, que chegou a ser cogitado para suceder Temer, agora é citado pela maioria como um lastro para a economia, portanto permaneceria no ministério da Fazenda como “guardião das reformas” em um novo governo. Isso garantiria a confiança da possibilidade de efetivar as reformas econômicas mesmo “trocando o piloto em pleno voo”.
Os que discutem a sucessão nos bastidores entendem também que seria importante manter Ilan Goldfajn no Banco Central, Maria Silvia no BNDES e Pedro Parente na Petrobras, que, junto a Meirelles, formariam um quarteto de segurança ne economia.
Nomes
Há nomes que “flutuam” para a eventual sucessão presidencial ainda neste mandato, pois nenhum nada de braçadas.
Entre os nomes de que se tem falado, há o do ex-ministro do Supremo Nelson Jobim. Ele possui alguns impedimentos: foi consultor da Odebrecht na Lava Jato, ex-ministro de Dilma e Lula e fez alterações de artigos da Constituição durante a Constituinte. Jobim, porém, é aceito por PMDB, PSD, PSDB e DEM, partidos à frente da articulação.
Outro nome é o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, aos 85 anos, resiste em voltar a assumir o papel. FHC quer ser ouvido, praticamente escolher o presidente, mas não quer que seja ele mesmo.
O ex-presidente, por sua vez, advoga o nome do senador Tasso Jeiressati (PSDB-CE), um nome sem a mesma projeção nacional dos anteriores. Mas Tasso assumiu o PSDB e tem sido elogiado por sua ponderação em meio à crise e por não ter sido citado na Lava Jato até agora, algo raro nos dias de hoje.
Mas nenhum desses nomes ainda atingiu o consenso. Justamente por isso, Temer é mantido vivo por aparelhos.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.