Americanos terão uma eleição desoladora

  • Por Caio Blinder
  • 07/07/2016 12h12
Montagem sobre fotos/EFE Donald Trump e Hillary Clinton mantiveram suas vantagens e trocaram acusações sobre combate ao terrorismo

 O cenário eleitoral americano é simplesmente desolador. O eleitor está diante de escolhas atrozes. 

De um lado, a democrata Hillary Clinton, que, na última terça-feira, se livrou de uma nuvem que pairava sobre sua ambição eleitoral. Foi a decisão do FBI de não recomendar que a candidata democrata seja acusada criminalmente pelo uso de um servidor privado de e-mails nos tempos em que ela era secretaria de Estado. Como disse o diretor do FBI, Hillary provou ser extremamente descuidada.
OK, a democrata escapou de um processo criminal, mas não de um processo político. Os republicanos têm excesso de munição para atacar a ex-primeira dama como negligente e incompetente na campanha até a eleição de novembro. 
E aqui ela tem o flanco escancardo. Afinal, o pilar de sua campanha é vender a imagem de competência e experiência. Este caso dos e-mails apenas reforça a narrativa de que Hillary carece de integridade. Ao lado do marido Bill, ela se considera acima da lei, pode fazer o que quiser em nome dos interesses do casal e do país. As pesquisas mostram que a primeira coisa que as pessoas associam à gestora é falta de transparência.
O consolo para Hillary é ter Donald Trump do outro lado do campo de batalha. Vou ser de um candor brutal, ao estilo de Trump. A pergunta sobre a integridade da candidata democrata é muito boa, mas se a resposta for Trump, então é muito estúpida. 
O homem é um bufão incapaz de dobrar a língua, avesso a fatos e pródigo para disseminar teorias conspiratórias, sem falar do pendor para expressar xenofobia, racismo e intolerância. No entanto, está aí na parada. Mesmo nos piores desempenhos nas pesquisas, o bilionário está no patamar dos 40%.
Eu não deveria mais me chocar com as barbaridades ditas pelo cadidato republicano, mas, num daqueles comícios com o fluxo caótico de ideias, ele elogiou Saddam Hussein, um dos piores tiranos do século 20. Disse que o homem não prestava, mas sabia combater o terror.
Será que alguém disse para Trump, o bufão ignorante, que os comandantes militares do grupo terrorista Estado islâmico eram oficiais do exército de Saddam Hussein?
Sim, a eleição americana é atroz. Sobra este meu desabafo.

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