André Vargas não merece saída honrosa porque ele não zelou pela própria honra

André Vargas discursa no plenário da Câmara dos Deputados sobre o uso de avião emprestado no último dia 02

André Vargas discursa na Câmara dos Deputados

Nêumanne, a licença pedida pelo André Vargas limpa a sua ficha no negócio com o doleiro Alberto Yousseff?

Todo mundo sabe que o André Vargas é um pândego. Ele se destacou por ficar de punho cerrado do lado do presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, para tentar humilhá-lo e ironizá-lo em relação à condenação de seus colegas Zé Dirceu, Zé Genoíno, Delúbio Soares, João Paulo Cunha e outros do PT no processo do Mensalão. Agora, os seus colegas do PT e da Câmara dos Deputados, a maioria governista e também da oposição, estão participando de uma grande farsa.

É uma grande farsa essa tentativa de resolver o problema com uma licença de 60 dias. Quer dizer, o André Vargas se licencia de 60 dias, não vai à Câmara, o assunto é esquecido e, como sempre acontece no Brasil, tudo é resolvido numa bela pizza.

Olha, isso é insuportável. E eu quero dizer o seguinte: André Vargas não merece saída honrosa porque ele não zelou pela própria honra; ele não cuidou das suas relações com o eleitorado que o elegeu; ele fez negócios escusos na Câmara e isso foi pilhado pela Polícia Federal. Isso está registrado na gravação de sua conversa com um doleiro que tá preso, envolvido numa lavagem de dinheiro de R$10 bilhões em negócios com a Petrobras. Então, o deputado André Vargas tem que ser processado. Processado na Câmara para ter o seus mandato posto em discussão para cassação e não tem conversa. Ele quebrou o decoro inúmeras vezes e, de uma vez definitiva, quando participou do deboche que era uma negociação de uma empresa fantasma do doleiro com o Ministério da Saúde, à época ocupado pelo seu colega petista, candidato ao Governo de São Paulo, Alexandre Padilha.

Pois é, aí está o […]. Ele precisa perder o mandato e, como cidadão, fora do mandato, ele precisa responder na justiça penal por todos esses atos ilícitos que ele cometeu; pela forma vergonhosa, desonrosa e desmoralizante como ele usou o seu mandato de deputado federal. E o primeiro interessado nisso é o PT, porque, se o PT quer ainda salvar um pouco da honra perdida no caso do Mensalão, não pode passar a mão na cabeça desse sujeito que foi pilhado pela polícia – não foi pela oposição, não foi pelos inimigos do governo, pelo partido da imprensa golpista; foi pela Polícia Federal.

Que que é isso? Será que não tem ninguém que trate o cidadão e a República com um mínimo de respeito no PT, no Poder Legislativo e nos governos da União e dos Estados?