Anulação da Lava Jato não deve ser possível
A despeito de toda a pressão da sociedade, será possível anular a Lava Jato assim como foi feito com a Operação Castelo de Areia? A comentarista Vera Magalhães acredita que isso não será mais possível.
Havia um ambiente em 2010 que possibilitava aquilo, diz Vera. A Castelo de Areia era um “piloto” da Lava Jato e investigava pagamentos de propinas por empreiteiras, em especial a Camargo Corrêa, a vários partidos políticos e campanhas.
Uma tese urdida pelo advogado de defesa Márcio Thomaz Bastos foi acatada pelo STJ. Denúncia anônima originou o piloto da operação e tudo que havia sido feito até então foi anulado. E não era tanto quanto no caso da Lava Jato, que já sentenciou condenações, dezenas de delatores e centenas de autos correndo nas duas instâncias.
Já se avançou muito mais e o Brasil tomou muito conhecimento do que aconteceu na Petrobras e adjacências. “Não vejo mais a possibilidade de se fazer isso”, diz Vera.
Os políticos, no entanto, ficaram muito ouriçados com fala do ministro do STF Gilmar Mendes, que criticou o vazamento seletivo da lista do Janot a partir das delações da Odebrecht.
Procuradores teriam feito um vazamento em off coletivo. Isso não aconteceu. No dia em que eles mandaram a lista ao Supremo, os procuradores reuniram jornalistas para dizerem detalhes numéricos como: 320 procedimentos, 83 inquéritos no STF, cerca de 200 em outras instâncias, etc. Não foram ditos nomes.
Não houve este vazamento nessas circunstâncias que o ministro Gilmar Mendes chamou de criminoso. Não há elementos jurídicos que sustentem o descarte de provas e o Supremo não deve ter coragem de anular a delação da maior empreiteira do País, negociada durante meses, e que envolvem todas as forças da República. Não tem clima no País para isso.
Falou isso a partir de coluna da ombudsman da Folha de S. Paulo, mas não aconteceu da forma como ela narrou.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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