Ao inferno com as bobagens e os dilemas de araque

  • Por Jovem Pan
  • 11/11/2014 10h21

Tá na hora de pararmos de perder tempo neste país. Há dilemas no Brasil que só existem nos debates acalorados dos radicais e que aumentam nas eleições porque insuflados pelos marqueteiros.

Mas esses dilemas não resistem a um mínimo de discussão intelectualmente honesta e argumentos técnicos.

Vamos a um desses dilemas falsos que nos fazem perder um tempo danado e que, por pressão do noticiário, leva muita gente boa a se envolver em uma discussão inócua.

Vou a uma delas que dominou o debate, igualmente falso, da ultima eleição presidencial.

Falo aqui desse dilema que responsabilidade fiscal nas contas públicas é inimiga de gastos sociais e, por conseguinte, economistas que defendem a austeridade fiscal seriam contra qualquer programa de recuperação social num país desigual e com elevados índices de pobreza. Não é fato até porque isso levaria à bondade mentirosa de que economista que defende gastos sociais ilimitados seriam os mocinhos bonzinhos. Não são.

Há pouco, o economista e ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore, em entrevista ao Jornal da Manhã, fez menção a essa coisa maniqueísta de rotular esse ou aquele economista, dessa ou daquela escola.

Até porque vale citar duas coisas que vão eliminar esse dilema que nos faz perder tempo.

Primeira: só pode gastar hoje e continuar gastando amanhã quem economiza, quem dá condições de o país ser produtivo e gera confiança para atrair mais investimento que geram mais empregos e mais riqueza. Isso é simples na economia.

O oposto disso, de gastar de um lado, embora necessário, sem produzir riqueza de outro lado com uma economia forte é uma falácia que não se sustenta.

A segunda coisa é que o pensamento neste país evoluiu, e se houve economistas financistas radicais no passado, o consenso coletivo brasileiro fez com que todos evoluíssem. Assim como os radicais dos gastos descontrolados que, a se ver nas primeiras medidas do governo depois do segundo turno, como aumento de juros, de combustíveis, de energia e preocupação em melhorar a imagem do governo, mostra também que a conta precisa fechar sempre.

Pra encerrar, tá na hora de avançarmos no debate e deixar as bobagens de lado porque este país tem a obrigação de dar certo.

 

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