Após Iowa, corrida eleitoral nos EUA deixa reality show e entra na realidade

  • Por Jovem Pan - Nova Iorque
  • 03/02/2016 10h54
EFE Marco Rubio

Até a segunda-feira, a campanha eleitoral americana era um turbulento reality-show, em grande parte dominado por ele, Donald Trump. Com os primeiros votos no pequeno estado de Iowa, finalmente tivemos um pouco de realidade e de reversão de expectativas.

Tudo de um imenso simbolismo político, com a vitória do ultraconservador e queridinho dos evangélicos Ted Cruz no lado republicano, enquando do lado democrata foi o sufoco da vitória de Hillary Clinton sobre Bernie Sanders.

Iowa em si não é um brilhante sinalizador de vitórias finais nas prévias presidenciais. Outros queridinhos dos evangélicos em ciclos eleitorais anteriores nem de longe chegaram à Terra Prometida. E existe a história clássica do democrata Bill Clinton que perdeu tanto em Iowa como na prévia seguinte em Nova Hampshire em 1992 para finalmente triunfar.

No entanto, cada ciclo eleitoral tem sua singularidade. E os olhos ainda estão em Donald Trump. Existe muita ansiedade para saber como será o seu desempenho, a começar na prévia de Nova Hamsphire na terça-feira gorda de carnaval, como adiante. Vamos ser se a bizarra folia que ele armou acabou.

Os fatos estão aí. Política tem sua própria matemática e Marco Rubio, que terminou em terceiro em Iowa na banda republicana, falou como primeiro, como vencedor. Trump tomou um banho de modéstia (por quanto tempo?) e Cruz (credo) ao vencer, mantém suas rígidas e extremistas convicções.

De fato, o potencial está com Rubio. Ele está com a razão: tem condições de unificar o partido com seu discurso altamente conservador, mas com um tom menos apocalíptico e religioso do que o de Cruz. Se o radical Bernie Sanders hoje está no meio do caminho de Hillary na frente democrata, adiante estará um obstáculo maior: Rubio.

Madame Clinton vai suar muito, embora eu mantenha a aposta de que ela vencerá e, em novembro, será a futura presidente dos EUA. Mas na primeira etapa, em Iowa, a mulher do Bill flertou com o desastre. Para dizer o óbvio: não haverá coroação. No meio do caminho está o plebeu Bernie Sanders com seu discurso da vanguarda do atraso, sonhando em fazer dos Estados Unidos uma Escandinávia 1968.

Foi uma longa e emocionante noite em Iowa que prenuncia uma longa noite eleitoral até novembro.

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