Arnaldo Jabor: uma necessária congratulação
Reflexões profundas são absolutamente necessárias para o momento que o país atravessa. A complexidade natural que o Brasil possui é flagrante em momentos dramáticos como esse.
É nesse cenário que gostaria de enaltecer a crônica redigida pelo admirável Arnaldo Jabor. Intitulada “Quando será o futuro?”, Jabor afirma o quanto são feios, em todos os sentidos, os parlamentares brasileiros que votaram o impeachment de Dilma na Câmara, há duas semanas.
Relembrando uma tese criada por Charles Darwin, resumida em um conceito chamado “antítese”, o texto nos remete à comparação entre o processo comportamental de animais ao demonstrar emoções pelo corpo, como, por exemplo, os cães ao abanar um rabo para um dono muito querido.
Relembrando que essa antítese ocorre de maneira contrária em nossos políticos, que são capazes de disfarçar um caráter venal com uma aparente benevolência popular, Jabor crava: “Visando esconder o que sentem, um canalha ostenta bondade, um ladrão ostenda honradez e o assassino, benevolência”. O texto prossegue: “Assistindo ao desfile das cobras criadas na Câmara, compreendo que não apenas a vergonha na cara foi esquecida, mas a ostentação da sordidez virou um galardão, combinada à sublime ejaculação das mentiras”.
A indagação inevitável é elucidativa, O que virá depois? Já vemos discordância entre os próximos donos do poder. Jabor está absolutamente certo ao citar todos os egoístas segmentos de nossa sociedade defendendo interesses escusos, desde cotistas minoritários a coxinhas trêmulos. A conclusão do texto, em síntese, crava: “O Brasil não evolui com o que ganha, mas sim com o que perde”. Parabéns, Arnaldo Jabor!
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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