Assessor de Dilma humilha milhões de brasileiros que moram mal e chama AP do Guarujá de “fubango”

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 16/02/2016 10h41
Marcelo Camargo/Agência Brasil ABR - Marco Aurélio Garcia

A cara de pau dos petistas quando se referem ao tríplex do Guarujá e ao sítio de Atibaia chega a ser assombrosa. Querem saber? Eu acho é bom! Creio que o partido não se dá conta do que está em curso. Prefiro um PT mais ignorante do que cônscio da realidade. Assim, o partido erra mais e se esborracha, o que será um bem para o Brasil.

Lula se reuniu na manhã desta segunda com o Conselho Político do PT. Já trato de alguns detalhes. Entre os presentes, Marco Aurélio Garcia, o tal assessor especial; aquele que apelidei há alguns anos de Rei do Tártaro.

Ao falar com a imprensa, Garcia exercitou a ambiguidade dos petistas em relação aos dois imóveis: negam que pertençam a Lula — formalmente, não pertencem mesmo; ocorre que o problema não é esse —, mas tentam, ainda que de forma oblíqua, justificar a eventual propriedade.

Na semana passada, em entrevista, o criminalista Nilo Batista, um dos defensores de Lula, chamou o sítio de Atibaia de “puxadinho”, como a dizer: “Nem é digno da grandeza dele”. Nesta segunda, foi a vez de Garcia, com a habilidade conhecida, reiterar o expediente. Disse o seguinte à Folha em entrevista: “O apartamento não é dele, e o sítio também não. E, se formos falar desse tríplex, ele é bem fubango, né? Considero meu apartamento melhor”.

Ah, eu também considero o meu apartamento melhor. Mas é comprado e reformado com o meu dinheiro, sem a ajuda de companheiros empreiteiros. E está em meu nome porque, afinal, é meu… Trabalho, entre outras coisas, para isso.

É evidente que Garcia desrespeita milhões de brasileiros que moram em habitações abaixo do que seria um padrão minimamente seguro. É evidente que humilha os milhões que estão na fila do Minha Casa, Minha Vida, para receber, ao fim, moradias modestíssimas. É evidente que humilha milhares de famílias que levaram um beiço da Bancoop.

Jaques Wagner
Os petistas, aliás, insistem na tecla de Lula como vítima de um grande complô. O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse de novo, nesta segunda, que o chefão petista sofre uma “caça praticamente constante” no país. Para Wagner, o ex-presidente tem sido alvo de “ataques sistemáticos”, em uma caça que, segundo ele, deveria ser feita a “bandidos”, e não a uma “liderança nacional”.

O discurso é o mesmo adotado por outros petistas. No sábado, por exemplo, a presidente Dilma afirmou que Lula é vítima de uma grande “injustiça”. Antes, o senador Humberto Costa (PE), o deputado Sibá Machado (AC) e o próprio presidente do PT, Rui Falcão, já haviam usado esse discurso de que “é preciso respeitar a história de Lula”.

Wagner é chefe da Casa Civil. É o principal ministro de Dilma. E estupefaciente que não diga, então, os respectivos nomes das pessoas que promovem a tal perseguição. A imprensa quase que se limita a noticiar o que a PF investiga. E ponto.

Lula é livre para, a qualquer momento, explicar por que empreiteiras, como disse Gilberto Carvalho, “presentearam” o chefão petista com uma reforma feita em propriedade de amigos do filho; por que Marisa Letícia acompanhou as respectivas reformas do sítio e do apartamento; por que seus pertences pessoais foram transferidos para a propriedade de Atibaia; por que a família usa como seu um imóvel, que, afinal, não é seu…

Não se explica, no entanto, absolutamente nada! O que se cobra, de forma escancarada, é a inimputabilidade de Lula e sua consequente impunidade.

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