Até agora não se fez a pergunta que precisa ser feita sobre o caso Pasadena

  • Por Jovem Pan
  • 23/04/2014 18h35

Nêumanne, adianta alguma coisa levar José Sérgio Gabrielli para depor no Congresso?

Bom, quando os partidários da oposição insistem em levar a bola da vez – que agora é o José Sérgio Gabrielli – para depor no Congresso, eles pensam em tirar duas grandes vantagens políticas. Em primeiro lugar, volta a baila, volta à superfície, o escândalo da compra absurda do mico belga da Astra Oil em Pasadena, no Texas, pela Petrobras.

Acontece que, no fim de semana, Gabrielli assinou um artigo na Folha e deu uma entrevista para o jornal O Estado de S. Paulo – os dois jornais mais importantes de São Paulo, né? – e nelas ele chama a atenção para a responsabilidade que a presidente Dilma Rousseff tem nessa compra.

A presidente Dilma Rousseff era chefe da Casa Civil e membro… Não apenas membro, presidente do Conselho Administrativo da Petrobras quando foi comprado esse mico absurdo. Ele disse que assume responsabilidade, mas que ela também tem responsabilidade. Ou seja: ele está ali repetindo aquilo que o genial dramaturgo pernambucano criado no Rio Nelson Rodrigues chama de óbvio ululante.

Até o meu netinho, de dois anos, sabe que a Dilma tem responsabilidade, sim. A Dilma e os outros membros do governo – Jorge Gerdau, Paulo Haddad, Fabio Barbosa, etc, etc. Sem essa conversa de cláusula! Tudo papo furado!

A questão é saber o seguinte: qual é o proveito para a sociedade e não o proveito eleitoral da oposição, que, aliás, não tem aproveitado. A pesquisa, por mais que mostre a Dilma caindo, não registra, a essas alturas ainda, nenhuma subido consistente – seja de Aécio, seja de Eduardo Campos.

Além disso, a oposição não faz a pergunta que precisa ser feita. Porque, veja bem, a verdade é que a Petrobras já gastou 1 bilhão e 200 milhões de dólares na antiga refinaria, antiga mesmo, fundada em 1920 e completamente sucatada, nunca foi reformada, e não consegue vender por 200. Então, no mínimo, 1 bilhão ficou sobrando na compra desse mico. A questão é saber, por quanto e de que forma ficou com esse dinheiro. Sérgio Gabrielli pode ter uma boa pista. Quem sabe perguntando pra ele e forçando a barra na pergunta, né? Mas até agora ninguém fez essa pergunta. 

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