Aterradora a força eleitoral de Trump, que mistura insultos, leviandades e mentiras

  • Por Caio Blinder/ JP Nova Iorque
  • 23/11/2015 11h40
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EFE/Erik S. Lesser Donald Trump Pré-candidato republicano Donaldo Trump durante ato de campanha na Carolina do Sul

A Europa vive uma temporada de terror e de medo do terror islâmico desde os atentados em Paris em 13 de novembro. Os Estados Unidos vivem seu próprio momento aterrador: Donald Trump continua na liderança das pesquisas sobre as primárias presidenciais republicanas. Nos números da pesquisa do jornal Washington Post e TV ABC divulgados no domingo, Trump tem 32% da preferência, seguido pelo médico Ben Carson, 22%.

Isto quer dizer que mais da metade dos eleitores simpáticos aos republicanos apostam em candidatos sem experiência política. Era de se imaginar que as cenas terríveis em Paris estimulassem a opção por políticos mais experientes.

No entanto, um eleitorado enfurecido com a classe política americana segue enamorado de candidatos bombásticos, ignorantes sobre as complexidades da política mundial e que disparam sem cessar preconceitos. Um dia o alvo são os mexicanos. No outro, refugiados sírios.

Trump tem dito coisas horrorosas nos últimos dias, em uma mistura de insultos, leviandades e mentiras. No domingo, ele lançou a ameaça que aterroriza a elite republicana: uma candidatura independente nas eleições presidenciais de novembro do ano que vem. Se isso acontecer, já podemos antecipar a vitória da democrata Hillary Clinton, pois o eleitorado mais conservador estará dividido.

O bilionário bufão disse que está aberto ao cenário de uma candidatura independente se ele concluir que o Partido Republicano não o trata de forma justa. Ele fez o comentário na sequência de uma reportagem do Wall Street Journal sobre o esforço da elite republicana se unir para nocautear Trump nas primárias. A ideia é uma maciça ofensiva de propaganda eleitoral para derrrotar e destruir Trump.

Na entrevista à televisão, Trump disse que a barbárie do grupo Estado Islâmico justifica a tortura nos interrogatórios dos seus militantes presos. E ele voltou a repetir a mentira de que milhares de muçulmanos em Jersey City que fica à beira do rio Hudson, com vista de Nova York, celebraram a queda das torres do World Trade Center no atentado de 11 de setembro de 2001.

O entrevistador observou que a polícia insiste que isto nunca aconteceu, que sempre foi um rumor na Internet. Mas fatos são irrelevantes para Trump. Ele rebateu que viu as cenas de celebração na televisão.

Aterradora a força eleitoral de Donald Trump, apesar de habitar uma realidade alternativa.

 

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