Bizarrice do sistema eleitoral faz Trump e Hillary adotarem agenda tradicional

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 03/11/2016 07h30
NAP103 NÁPOLES (ITALIA), 18/10/2016.- Figuritas de los candidatos a la presidencia estadounidense, la demócrata Hillary Clinton (d) y el republicano Donald Trump (i), preparadas para formar parte de los tradicionales "belenes napolitanos", en uno de los establecimientos de la calle San Gregorio de Nápoles (Italia) hoy, martes 18 de octubre de 2016. EFE/Cesare Abbate EFE/Cesare Abbate Bonecos dos candidatos Donald Trump e Hillary Clinton - EFE

Parafraseando o companheiro Lula, nunca na história desta country, deste país, houve um candidato tão bizarro como Donald Trump, mas agora na reta final, final mesmo, a campanha presidencial dele e a de Hillary Clinton têm contornos convencionais. Tudo culpa da bizarrice americana que é o Colégio Eleitoral. E a maior bizarrice é eleger as vezes um presidente que perde no voto popular (como George W. Bush).

Mesmo para quem cobre eleição americana deste os tempos dos pais fundadores, é preciso desenterrar alguma cartilha para lembrar as regras do jogo. O essencial é simples: na república americana quem escolhe o presidente não é sua majestade, o eleitor plebeu, mas os distintos eleitores selecionados pelos estados que votam após o voto popular.

O número de eleitores equivale à delegação estadual no Congresso (deputados + senadores). Na Câmara, quanto maior a população, maior o número de deputados. No Senado, dois por estado.

Assim, uma California ou um Texas têm mais eleitores no Colégio Eleitoral, mas como funciona o sistema de winner takes all (o vencedor leva tudo), é perda de tempo um candidato fazer campanha em um sólido estado democrata (California) ou sólido republicano (Texas, até agora). A batalha campal ocorre nos swing states, o punhado de estados que oscilam ou são muito equilibrados entre os dois partidos.

Portanto, estamos nesta fase bem convencional da campanha, com Hillary Clinton e Donald Trump como baratas tonta voando da Flórida para Ohio e de volta, com escalas em outras cenários de batalhas campais. O que foge um pouco às convenções são as possiblidades de rachaduras em estados que até agora eram solidamente partidários.

Assim, Trump arrisca incursões na Pensilvânia, apostando em um bloco de eleitores brancos atropelados pela economia e diversidade demografica que se afastaram do Partido Democrata. Em contrapartida, Hillary faz explorações no Arizona, apostando no crescente capital eleitoral de latinos no estado.

As pesquisas nacionais e estaduais mostram uma distância mais apertada entre a favorita Hillary e o competidor Trump. O fato, porém, é que o caminho de Trump para a presidência continua estreito. Ele precisa não apenas preservar todos os estados que o perdedor republicano Mitt Romney ganhou em 2012, mas arrebatar alguns dos democratas.

É possível? Sim, mas altamente improvável.

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