Bom senso tem de vencer o imperador da demagogia

  • Por Caio Blinder
  • 27/07/2016 10h00

Hillary Clinton foi confirmada pelo Partido Democrata como candidata à presidência dos EUA

EFE Hillary Clinton - EFE

 Donald Trump pode ganhar a eleição em novembro? Claro que pode. Eu não acredito que isto aconteça. Até a hora V, da votacão, irá imperar o bom senso e não o triunfo deste perigoso imperador da demagogia.

Mas estão aí os números mostrando que, se a eleição fosse hoje, Trump até ganharia. Em parte, isto é resultado do pique que um candidato recebe após a convenção de sua coroação. E democratas se confessam surpresos com os bons números de Trump em algumas pesquisas, com vantagem de até três pontos sobre Hillary Clinton, apesar do seu discurso negativo, sombrio e apocaliptico. 
Sim, muitos republicanos vao se recusar a votar em Trump, mas agora que está em curso a convenção democrata fica flagrante a hostilidade contra Hillary Clinton junto a uma ruidosa minoria que, nas primárias, apoiou o senador esquerdista Bernie Sanders. Este setor está furioso pois vazaram e-mails mostrando que a cúpula do Partido Democrata sabotou Sanders durante as primárias. 
Sanders, no entanto, se revela um bom soldado e deixa claro para os seus seguidores que a prioridade é derrotar Trump. Ele, inclusive, alerta para que seus simpatizantes não adiram à campanha da candidato do Partido Verde, Jill Stein. O seu apoio é minúsculo, mas capaz de virar o jogo, como em 2000, quiando o verde Ralph Nader teve votos suficientes para impedir que o democrata Al Gore derrotasse o republicano George W. Bush.
Não vamos exagerar as divisões democratas achando que existe um clima de guerra civil no partido. Na verdade, neste ambiente de polarização nos Estados Unidos, o grosso dos republicanos vão votar em Trump e o grosso dos democratas em Hillary. 
A expectativa é de que assim que Hillary for coroada na convenção democrata de quinta-feira, em Filadélfia, ela também terá um pique nas pesquisas. Caso Hillary não tenha este pique, os democratas podem, de fato, ficar mais inquietos com a saúde política de uma candidata que realmente não é uma maravilha no palanque.
A rigor, pesquisas eleitorais devem ser levadas mais em conta a partir de setembro, com o fim das férias de verão nos Estados Unidos e a arrancada para dois meses alucinantes de campanha em um dos ciclos eleitorais mais bizarros da história do país.

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