Bradesco, o itinerário do crime e a “fogueira das vaidades”
A Polícia Federal indiciou o presidente do Bradesco Luiz Carlos Trabuco e outros dois diretores executivos do banco por suspeitas de fraudes no carf.
Eles teriam tido contatos com lobistas que ofereceram planejamento tributário que contestaria determinadas multas envolvendo PIS e Cofins por parte do Bradesco.
Não é crível que a alta cúpula de uma das maiores instituições do País aceite receber qualquer tipo de aventureiro ou mercador que venha bater à porta oferecendo qualquer tipo de solução milagrosa.
O Bradesco nega e diz que recusou a proposta dos diretores. O banco informa que tinha sua própria equipe de tributaristas atuando no CARF. A instituição foi condenada nessa ação do conselho.
O crime tem um itinerário, um caminho, que tem quatro momentos: concepção (pensar), preparação (por exemplo, comprar um revólver para matar alguém), execução e consumação. O crime está no terceiro e quarto momentos.
Agora, participar de reunião, debater questões privadas?
Não é defesa do Bradesco, é defesa de cidadania.
O jornal tem que noticiar, porque a notícia pertence ao povo. E se é verdade que uma das maiores entidades financeiras do País entrou em acordo ilegal para comprar sentenças no Carf, tudo bem.
Agora, da forma como está exposta a coisa, parece muito mais a configuração da necessidade de fazer manchete. Isso é muito comum nos Estados Unidos. Um dos maiores best-sellers americanos é “A Fogueira das Vaidades”, de Tom Wolfe, que fala de um promotor público que comete todas as indignidades pois sua intenção era, depois, candidatar-se político.
É preciso cuidado.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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