Cabral e Garotinho terão muito a conversar na prisão

  • Por Jovem Pan
  • 18/11/2016 12h39
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Divulgação/Blog do Garotinho Secretários do governo Cabral fazendo festa com guardanapos na cabeça ao lado do empreiteiro Fernando Davendish

No comentário de quinta, usei a prisão de Garotinho para contar um pouco da história miserável do Estado do Rio nos últimos 20 anos, uma história de incompetência, irresponsabilidade e corrupção. Ela se explica e entende por meio de alianças e traições entre os mesmos personagens de sempre, que têm um elemento excluído permanentemente: o interesse público.

Curiosamente, o comentário foi ao ar pouco depois de uma nova e mais importante prisão, que eu cobrava constantemente: a de Sérgio Cabral Filho. Chamava propina de oxigênio: eis o ar que respiravam.

Cabral é o açougueiro responsável pela carcaça em que se converteu o Estado do Rio, quebrado e em convulsão social.

A imensa queda de Cabral tipifica criminalmente a história de um Rio de Janeiro que um dia teve sonhos de grandeza associados à construção do castelo de areia de Eike Batista.

Com o boom do petróleo, Cabral foi mais blindado, inclusive pela imprensa, que o Rio de Janeiro durante as Olimpíadas.

Garotinho foi o criador de Cabral governador, que lhe deu um pé na bunda. Foi Garotinho também que ecolheu Pezão para vice.

O destino de Sérgio Cabral foi celado em junho de 2011. Um acidente de helicóptero expôs a natureza lucrativa da amizade entre o governador e Fernando Cavendish, dono da construtora Delta.

Em abril de 2012, um Anthony Garotinho em busca de vingança fez circular aquelas fotos em que Cabral, cercado de assessores de Cavendish, farreava cafonamente na Europa, com guardanapos na cabeça.

Que gentinha.

É verdade que as manifestações de julho de 2013 fechariam o caixão político de Cabral. Mas não podemos menosprezar a contribuição de Garotinho nesse caso.

Dizem que, no Brasil, a mulher traída é quem faz a República avançar. Um Garotinho traído, porém, também tem o seu valor. E merece um prêmio: que não o deixem sozinho e lhe deem de presente o companheiro de cela Sérgio Cabral. Eles têm muito a conversar.

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