Cada vez mais implicado, Cunha manda recados ao Planalto
A situação de Eduardo Cunha (PMDB) se complica na Suíça, o que pode impactar bastante os processos contra o ex-presidente da Câmara no Brasil.
Há um acordo de cooperação judicial internacional em que as investigações de países como Suíça e EUA podem corroborar os inquéritos da Lava Jato, municiando os procuradores brasileiras de documentos.
O documento de novembro que vem à tona agora corrobora totalmente a versão do Ministério Público Federal, de que Cunha recebeu propina na compra de campo de petróleo em Benin, na África, pela Petrobras. O ex-deputado teria recebido US$ 1,3 milhão de dólares pela intermediação.
O Ministério Público suíço e a Justiça do país europeu não apenas confirmam o valor e a influência de Cunha, como atestam que ele era o beneficiário direto das contas no país em que os recursos foram depositados, que permanecem bloqueados. O peemedebista sempre negou a titularidade de tais contas, que classificava como truste com o qual não teria relação direta.
É muito grave essa nova revelação da justiça suíça para as pretensões de Cunha no Brasil.
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Renato Oliveira Ramos, advogado e ex-sócio do atual subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil, Gustavo Rocha, visitou Eduardo Cunha algumas vezes na carceragem.
Ramos admitiu que passou informações a Rocha, assessor do ministro Eliseu Padilha, mas garante que ficou “no limite do comentário”.
Apesar de Eduardo Cunha não ter começado a negociar um eventual acordo de delação premiada, ele já mandou vários recados, alguns por meio das perguntas dirigidas aos políticos arroladas por sua defesa como testemunhas no processo em que é réu em Curitiba. Um deles é o presidente Michel Temer.
Há uma preocupação muito grande no Planalto sobre o que Cunha pode dizer, informa a colunista Jovem Pan Vera Magalhães.
Eduardo Cunha não tentou a delação ainda por dois motivos: ele espera ser ajudado de alguma maneira e, por isso, manda tais recados. Cunha também espera decisão do Supremo Tribunal Federal sobre um último recurso que aguarda julgamento na corte e poderia retirá-lo da jurisdição de Sergio Moro.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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