Calma aí, senhores governadores! É preciso negociar sem faca no pescoço
Calma aí, senhores governadores! Entendam-se com o seu passado e com os seus líderes. Por que digo isso? Governadores de 17 Estados reunidos em Brasília ameaçam decretar estado de emergência na segunda-feira se o governo não lhes der um socorro imediato de R$ 7 bilhões, o que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse ser impossível agora.
Os oradores da turma, parece, são os governadores do Piauí e de Goiás: respectivamente, o petista Wellington Dias e o tucano Marconi Perillo. A penúria dos Estados decorreria, principalmente, da política de desoneração levada a efeito por Dilma Rousseff, a deposta, o que provocou uma queda brutal na arrecadação nas unidades federativas.
Então vamos ver. Onde andava Wellington Dias enquanto Dilma estava no poder? Ora, conto para vocês. Ele gritava: “Não/ vai/ ter/ gol/ pe”. Sim, claro, ele até poderia ser contra o impeachment, mas também crítico da política econômica da sua correligionária. Mas não se encontra uma vírgula a respeito. Agora o senhor Wellington quer que Temer resolva em uma semana um problema que sua antiga comandante criou ao longo de cinco anos.
O caso de Perillo é um pouco diferente, mas também cabe uma consideração. Uma das forças mais empenhadas no chamado corte de gastos é o PSDB. Houve até uma ameaça velada de rompimento com o governo se isso não acontecesse. Não se cortam gastos cedendo à primeira pressão por dinheiro novo.
Entendo, sim, as reclamações. Mas convém guardar a faca para negociar.
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