A campanha “Vamos tirar o país do vermelho” e Charlie Chaplin

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 06/10/2016 13h24
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São Paulo- SP- Brasil- 24/08/2016- Presidente Dilma Rousseff durante “Ato Contra o Golpe” organizado pelo “Povo Sem Medo” na Casa de Portugal. Foto: Roberto Parizotti/ CUT Roberto Parizotti/CUT Dilma Rousseff - Cut

Assistam a este vídeo. Volto depois.

E aí? Vamos ou não tirar o Brasil do vermelho? Ora, claro que sim! O que as esquerdas querem discutir? Números ou símbolos?

Comecemos pelos números, certo? Ou tiramos do vermelho, com o corte de gastos, ou não saímos do buraco. Isso é tão evidente! Aliás, cada um de nós deveria se esforçar para… sair do vermelho também na sua vida privada.

Mas vamos nos manter afastados dele também simbolicamente? Vale dizer: vamos dizer “não” ao socialismo, ao esquerdismo, às vertentes de pensamento que repudiam a democracia, as liberdades individuais, a economia de mercado? Ah, então vamos.

Aliás, se o “azul” trouxesse a simbologia do vermelho, eu proporia uma saída do azul… Ou do amarelo. Ou do marrom — no qual ninguém jamais deveria ter entrado. Eu e Roberto Carlos achamos isso. Nunca vi a foto daquele grande navio que afundou, cujo nome, a exemplo de Elio Gaspari, também não escrevo nem pronuncio… Aquele, sabem? Estou certo de que estava cheio de marrons, em várias tonalidades. Isso não presta, né, Rei? Adiante!

As esquerdas estão gritando feito umas pardalocas loucas — que, de fato, não devem gritar, mas gostei da sonoridade. Acham que a frase “Vamos tirar o país do vermelho” expressa preconceito e vontade de acabar com as esquerdas. Preconceito uma ova! Se houver vontade de acabar com as esquerdas, qual é o problema — desde que isso se expresse dentro das regras do jogo?

Ora, no Brasil e mundo afora, a esquerda escolheu o “vermelho” como a sua cor. Quantas vezes Dilma a exibiu em casaquinhos falando em nome do governo, inclusive em solenidades oficiais? E ela o fez só porque gosta da cor? Não! Foi mesmo para “significar”. Levou-a mundo afora, como Hugo Chávez, para demonstrar a adesão a um conjunto de valores. Qual é o problema que um outro governo possa, eventualmente, expressar a sua adesão a um conjunto distinto?

Essa é a questão número zero do país; a partir dela, todo o resto não se resolve.

Ora, o vermelho é a cor do imaginário de esquerda faz tempo. Há uma cena genial no filme “Tempos Modernos”, de Charlie Chaplin. É aquela lá do alto.

O seu eterno vagabundo caminha na calçada quando passa um caminhão carregando uma bandeira que adverte para o risco da carga. O filme é preto e branco, mas sabemos ser a bandeira… vermelha. O objeto cai do veículo, e a personagem o pega do chão e corre para devolvê-la. Mas o motorista não para.

Quando os manifestantes veem a personagem brandindo a flâmula vermelha, logo o tomam por um líder socialista e se deixam conduzir. Como diriam os especialistas, naquele momento, o que era apenas um signo virou um símbolo.

Assim, são curiosos esses esquerdistas: gostam de abusar da simbologia quando estão no poder, não é? E mesmo fora dele. Marisa Letícia mandou até plantar uma estrela de flores vermelhas nos jardins tombados do Palácio da Alvorada. Quando, no entanto, os adversários das esquerdas aceitam o desafio da batalha, que é também cultural, aí eles gritam: “Preconceito!!!”.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), por exemplo, está se fingindo de furioso. Eles já tentaram o “Fica Dilma”, o “Fora Temer”, o “Volta Lula”… Quem sabe consigam algo desta vez.

Talvez os esquerdistas devessem lançar a campanha “Vamos deixar o país no vermelho”.

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