Candidato argentino usa cartilha dilmista para disputa do segundo turno

  • Por Jovem Pan - Nova Iorque
  • 09/11/2015 09h33

Daniel Scioli e Mauricio Macri discursam neste domingo; oposicionista seria melhor para o empresariado brasileiro e Mercosul Montagem - EFE/ David Fernández e Juan Ignacio Roncoroni Daniel Scioli e Mauricio Macri discursam neste domingo; oposicionista seria melhor para o empresariado brasileiro e Mercosul

Há pouco mais de um ano, Dilma Rousseff foi reeleita presidente depois de uma campanha marcada por falsas promessas e mentiras de que o opositor Aécio Neves eliminaria programas sociais. Estamos vendo os resultados agora no final de 2015.

Na Argentina, o candidato governista nas eleições presidenciais, Daniel Scioli, caminha para o segundo turno no próximo dia 22, rezando pela cartilha dilmista. Em parte, isso é fruto do desespero devido ao desempenho acima das expectativas no primeiro turno do candidato da oposição e prefeito de Buenos Aires, Maurício Macri.

Macri é um alívio na desolação latino-americana. Ele sinaliza modernização e distanciamento do atraso ideológico, populismo e corrupção do pior tipo de peronismo, encarnado na presidente Cristina Kirchner, que apoia Scioli, assim como o PT, o governo Dilma e o ex-presidente Lula. Toda a esquerda atrasada da América Latina está do lado de Scioli.

Reportagem no fim de semana do jornal espanhol El País fala da inspiração da campanha Dilma em 2014 na campanha de agora de Scioli. Na expressão do El País, Dilma e o PT por estreita margem conseguiram conservar o poder no segundo turno de 2014 graças, entre outras coisas, a uma duríssima campanha suja em que alertavam os pobres de que uma vitória de Aécio Neves, do PSDB, os levaria de volta à década de 1990 e acarretaria cortes nos programas sociais.

Na Argentina, Scioli faz o mesmo, embora com tons um pouco mais suaves;

Sua campanha se concentra na mensagem de que com Macri no poder virá um ajuste e o temido retrocesso dos anos 90, que desembocou na pior crise da história recente da Argentina. O candidato governista chegou a dizer que se o rival vencer, os argentinos recuarão aos tempos em que cientistas se tornaram lavadores de pratos.

O plano da campanha de Scioli é assustar o eleitorado mais pobre. Uma parcela desse eleitorado votou no primeiro turno em Sérgio Massa, peronista dissidente e terceiro colocado. Massa agora não formaliza seu apoio a Macri, mas diz que não vai votar em Scioli.

Resta esperar que os eleitores argentinos aprendam com as amargas lições eleitorais brasileiras de 2014.

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