Carlos Alberto colocou o ponto final no “complexo de vira-lata”

  • Por Jovem Pan
  • 26/10/2016 13h27
EFE Carlos Alberto Torres posa com taça da Copa no Rio de Janeiro

O grande capitão da Copa de 1970, Carlos Alberto Torres, é enterrado no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (26).

Joseval Peixoto faz uma homenagem ao Capita, não como narrador, em cujo apogeu estava naquela tarde no Estádio Azeteca. Mas como cidadão.

O comentarista lembra como o Brasil esteve tão perto de conquistar a Taça Jules Rimet em 1950, em um Maracanã lotado, na primeira Copa pós-Segunda Guerra, saindo na frente do placar.

Joseval recorda também a noção de juventude do “complexo de vira-lata”, que acreditava que, pela miscigenação do povo brasileiro, o Brasil deixava de conquistar na “hora H”.

Antes, em 1934, tínhamos Leônidas da Silva, o Pérola Negra, ou Diamante Negro, brilhando nos gramados. Em um 6 x 5 contra a Polônia, Leônidas fez 4 gols e foi aplaudido de pé 30 anos depois.

Em 1954, outra tragédia. A mística do complexo de vira-lata atingia a juventude.

Mas em 1958, com a negritude de Djalma Santos, o show de Garrincha e o espetáculo de um menino franzino chamado Pelé, o Brasil venceu sua primeira Copa.

Depois veio o bi em 1962 e a derrota em 1966.

Alemanha, Itália e Brasil, os três bicampeões que brigavam pela posse definitiva da Jules Rimet

Naquele junho, jogadores da Seleção elegeram Carlos Alberto como capitão do esquadrão. Pelé, Tostão, Gerson, Tostão, Rivelino, Jairzinho, Brito…, todos elegeram o Capita.

Foi Carlos Alberto que fez o último gol na goleada de 4 x 1 sobre a Itália e levantou a Taça Jules Rimet, colocando um ponto final naquela humilhação que a gente sofria em razão de ter sido plasmada aquela juventude com o complexo de vira-lata.

Foi a partir de 1958 e consagrando em 1970 a ideia de que o Brasil miscigenado era um Brasil espetacular de uma juventude liberta e de uma nacionalidade que estava sendo construída: a maior civilização da história. Porque somos a síntese de todas as culturas do mundo.

Obrigado a Carlos Alberto. Obrigado à seleção nacional do Brasil.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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