Cartão laranja para este palhaço perigoso

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 21/10/2016 07h38
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CDA048. LAS VEGAS (EE.UU.), 19/10/2016.- El candidato a la Presidencia de EEUU por el partido Republicano Donald Trump durante el debate con su rival demócrata Hillary Clinton hoy, miércoles 19 de octubre de 2016, en la Universidad de Nevada en Las Vegas (EE.UU.). EFE/JIM LO SCALZO EFE/Jim Lo Scalzo Donald Trump EFE

Já falei aqui na Jovem Pan no programa Radioatividade que os americanos estão muito estressados com a eleição, Mas quem sabe seja a hora de relaxar, de começar a desintoxicar.

A coisa anda em círculos. Quando Donald Trump lançou sua candidatura, o lance foi tratado como uma piada autopromocional. Foi perdendo a graça, pois ele conseguiu a indicação republicana e em vários momentos da corrida presidencial tivemos a impressão de que o inimaginável poderia acontecer: a Casa Branca se tornando uma Trump Tower.

Mas, vamos nos aventurar e voltar a tratar Trump como palhaço e no geral sem graça. Claro que é sério este seu novo sketch de não se comprometer a aceitar o resultado em 8 de novembro, ou seja, a vitória de Hillary Clinton. Trump mais uma vez quebra as normas democráticas e do mero decoro cívico, ruminando na sua realidade alternativa sobre fraude eleitoral.

Mas, como disse no começo, nada de estrresse com o paspalhão. Trump está terminando a corrida presidencial como uma piada. Estes sugestões bananeiiras de não aceitar o resultado são travessuras de um palhaço. Para Trump, é tão automático atuar como apresentador de reality-show ou promotor de concurso de miss que ele confunde o cenário da campanha presidencial.

Ok, na verdade eu estou brincando. Não é possível cochilar diante da gravidade da má conduta de Trump. Sua adulação de Vladimir Putin faz todo o sentido. Como sua musa inspiradora, Trump está aí para desafiar a democracia. Ele que já insultou tanta gente, agora insulta as instituições.

Trump avacalha a legitimidade do processo democrático e devemos nos preocupar, ao ponto de estresse, com a reação de seguidores do seu culto no day after à eleição, quando saírem os resultados.

Trump no final das contas não é o palhaço engraçado no circo, mas o ator principal de um espetáculo vexaminoso e perigoso. É uma pena que isto esteja em cena na democracia americana. Alternância de poder é saudável. Após oito anos de poder democrata na Casa Branca seria ideal que o sucessor de Barack Obama fosse um republicano.

Pelo bem da nação, porém, seria ideal agora que Trump fosse humilhado nas urnas para que não haja dúvidas sobre a lisura do voto e para que ele seja colocado no seu devido lugar.

Cartão laranja para este palhaço perigoso.

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