Caso dos e-mails pode ter chegado tarde para Trump virar o jogo

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 31/10/2016 10h17

Hillary Clinton e Donald Trump durante segundo debate eleitoral nos EUA

EFE/EPA/ANDREW GOMBERT Hillary Clinton e Donald Trump durante segundo debate eleitoral nos EUA - EFE

Em pouco mais de uma semana, a eleição americana, um frenesi, o maior espetáculo da Terra com seus lances supreendentes, como o anúncio do FBI de que está examinando mais e mails, o que pode levar a novas investigações sobre o servidor privado que Hillary Clinton usava nos tempos em que era secretária de Estado.

A palavra e mail sempre foi o ponto vulnerável para Hillary Clinton, enquanto para o republicano Donald Trump, qualquer palavra que sai de sua boca. Hillary escapou de acusações criminais em julho passado, mas não do dano político.

Mesmo antes deste anúncio do FBI na sexta-feira, as pesquisas já mostravam que estreitava a vantagem de Hillary sobre Trump. Difícil ainda medir com precisão o impacto deste novo caso dos e mails. Mas obviamente o mero assunto é má notícia para Hillary. As duas campanhas fazem o óbvio nestas horas: galvanizam suas bases.

Em princípio, a história tem a seguinte vantagem para Trump: afastar ainda mais da urna gente relutante para votar em Hillary com a nuvem de falta de transparência sobre ela, uma nuvem carregada. Mas Trump é um trovão que assusta muita gente e a perspectiva de sua vitória na terça-feira da semana que vem pode assombrar muitos eleitores, vantagem para Hillary.

No domingo, a média nas pesquisas nacionais dava ainda uma vantagem de quatro pontos para Hillary. Marqueteiros passaram o domingo na televisão discutindo o impacto do anúncio do FBI na corrida eleitoral.

Difícil, como eu disse, medir com exatidão, mas Trump avançou. O que realmente vale na eleição americana, porém, é a votação dos estados, pois o voto que conta não é o popular, mas o dos delegados enviados ao colégio eleitoral. E a atenção está em estados que decidem a parada, ou seja equilibrados, oscilando entre democratas e republicanos.

Trump no domingo parecia bem posicionado em estados cruciais como a Flórida, mas não teve boas notícias em outros como a Carolina do Norte. Eu ainda aposto na vitória de Hillary, mas assumo com transparência uma ponta de dúvida.

Estava mais certo na semana passada. Sempre achei que a corrida iria estreitar na reta final e nunca acreditei em uma lavada democrata, trabalhando com uma estimativa de vitória de Hillary por margem de 4 a 7 pontos. Mantenho a estimativa. mas na faixa menos generosa para ela de 4 pontos.

Gosto muito de um guru na televisão, o jornalista Chuck Todd, da rede NBC. Ele avalia que o caso dos novos e mails chega tarde para Trump virar o jogo. O impacto maior será nas eleições para o Congresso, assegurando que os republicanos mantenham o seu controle.

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