Chioro, o ministro do Eufemismo Burocrático, quer arrastar prefeitos e governadores para buraco de Dilma

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 28/08/2015 14h38
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O ministro da Saúde Antonio Cruz/Agência Brasil O ministro da Saúde

Ah, que bom! Dilma pensa em extinguir e fundir ministérios, certo? Sugiro que demita Arthur Chioro da Saúde e o transforme no titular do MEB, o Ministério do Eufemismo Burocrático. O valente, um dos tocadores de corneta da volta da CPMF, resolveu dar um outro nome ao imposto: CIS (Contribuição Interfederativa da Saúde). Ah, que bacana. Aí não deve doer.

O governo ainda não sabe se cria um imposto para cobrir o déficit primário ou para a Saúde. Entendi. Vai ver a ideia é a seguinte: o tal CIS vai para a Saúde, e o dinheiro da Saúde vira caixa, que é um jeito malandro de fazer a CPMF, com novo apelido, ser o que sempre foi: CAIXA!!!

O nomezinho proposto por Chioro embute uma armadilha: seria uma “contribuição interfederativa” porque parte do dinheiro ficaria com os municípios, parte com estados e parte com a União… Ah, espertão! É um jeito de engajar os prefeitos e os governadores na defesa da proposta, de sorte que Dilma não arque sozinha com o peso da estrovenga, né?

Justamente porque o imposto teria esse caráter, Chioro nega que seria a simples volta da CPMF — já que esta nunca serviu apenas à saúde. Temos aí uma confissão. O imposto, disfarçado de “contribuição”, ficou em vigência de 1997 a 2007 — portanto, o PT administrou o dinheiro durante cinco anos. Teria dado tempo de demonstrar que sabia o que fazer com ele, não é mesmo?

Chioro vem com sua conversa mole: “Vivemos um crônico subfinanciamento da saúde e precisamos encontrar uma solução. Se não encontrarmos, municípios e Estados deixarão de cumprir o compromisso com a população brasileira. Estamos lidando com a vida das pessoas”. Ah, também resolveu dizer que os que votaram pela extinção do imposto em 2007 são os responsáveis pela crise que está aí.

Uma ova! Eis um dos aspectos mais irritantes de um governo destrambelhado. A urgência da CPMF é recolocada quando o país passou a fabricar déficit primário. Chioro vem agora usar os doentes como estandarte para esconder a incompetência oficial. E pretende arrastar governadores e prefeitos para o buraco de popularidade em que Dilma está.

Por Reinaldo Azevedo

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