Coalizão PMDB-PSDB deve sobreviver a manobra, avalia Eurasia
Passei a semana aqui na Jovem Pan falando de Brasil, apenas de Brasil, algo raro no meu trabalho, mas justificável pelo momento histórico. E para arrematar, eu recorro a meu referencial básico quando falo de Brasil a partir de uma visão no exterior: a consultoria de risco Eurasia.
O impeachment de Dilma Rousseff seguiu a receita esperada, exceto é claro com a pizza fatiada preparada por Renan Calheiros e Ricardo Lewandowski que safou a ex-presidente da cassação dos direitos políticos. Para a consultoria Eurasia, a traição de uma parte da bancada do PMDB ao novo governo não deve ser vista com alarmismo.
Sim, a coalizão que segura Temer é frágil, mas para a Eurasia deve aguentar o tranco. O PSDB está irritado e fez a coisa certa com a decisão de ir ao Supremo para desfazer a pizza. Para a Eurasia, aliás, o PSDB deve continuar a exercer pressão sobre o PMDB para compartilhar a carga de medidas impopulares para recolocar a economia nos eixos. E de novo, a coalizão deve aguentar o tranco.
Para a Eurasia, o risco do PSDB abandonar a coalizão é muito baixo. Afinal, com a a próxima eleição presidencial dois anos adiante, o PSBD pensaria duas vezes para trocar o papel de coadjuvante no governo para ser coadjuvante contra ele, participando da sabotagem lulopetista do quanto pior, melhor.
Eu fico até surpreso com o otimismo da Eurasia ao apostar na capacidade de Temer para amealhar votos no Congresso e aprovar reformas. É verdade que a Eurasia reconhece que o caminho está menos minado para a aprovação de medidas como privatização e menos regulamentações e mais traiçoeiro para a passagem da reformas essenciais, como a fiscal.
Mesmo assim, o mais recente relatório da consultoria de risco, que é referência básica para investidores estrangeiros, estima que até a reforma da previdência deve ser aprovada no ano que vem.
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