Com decisão do STF, peemedebistas veem chance de anular delação de Machado

  • Por Jovem Pan
  • 22/02/2017 10h54
(E/D) Senadores José Sarney (PMDB-AP), Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, e Romero Jucá (PMDB-RR) durante sessão deliberativa. Na pauta, o Projeto de Lei de Conversão 2/2014, que fixa nova norma de tributação de lucros de empresas controladas no exterior por matriz brasileira Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado Waldemir Barreto/Agência Senado Senadores José Sarney (PMDB-AP)

O PMDB comemorou nesta terça (21) o julgamento de decisão monocrática do falecido Teori Zavascki em que ele havia remetido alguns anexos da delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado ao juiz federal Sergio Moro.

Machado gravou conversas implicando vários próceres peemedebistas, como o ex-presidente José Sarney e os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá, em que eles falavam, entre outras coisas, sobre tentativas de cercear a Lava Jato e de obstruir a Justiça.

Teori havia mandado uma parte desses apêndices para a vara de Moro. Respondendo a recurso, Edson Fachin manteve a decisão de Teori, alegando que não se tratava de mandar uma parte da investigação para Curitiba, mas de compartilhamento de provas que seriam usadas em inquéritos já sob a responsabilidade de Moro. Mas o ministro Dias Toffoli abriu uma divergência, e manteve tudo no Supremo, entendendo que a investigação não pode ser desmembrada. Os outros membros da Segunda Turma (Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Gilmar Mendes) acompanharam Toffoli.

Os peemedebistas leram a decisão como um entendimento do Supremo de que serão mantidos na Corte, mesmo os que não têm mais direito ao foro privilegiado, como Sarney. Avaliam, assim, que ficará mais fácil desconstruir a delação de Sérgio Machado. Eles entendem que a gravação é ilegal e não há mais nenhuma prova sobre os ilícitos alegados. Para os políticos envolvidos, a jurisprudência admite uma gravação quando a pessoa precisa se defender de alguém, mas não quando induz a outra a produzir provas contra si mesmo.

Os membros do PMDB têm, portanto, esperança  de anular delação e, assim, “estancar” pelo menos parte da “sangria” produzida pela Lava Jato, como dizia Romero Jucá.

As informações são da colunista Jovem Pan Vera Magalhães:

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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