Com fissuras do chavismo evidentes, oposição radicaliza

Na tumultuada dinâmica política da Venezuela, setores mais moderados da oposição radicalizam e são cada vez mais visíveis fissuras dentro do chavismo. Complicado é entender para onde vai o país nesta mistura de confusão e alteração de papéis.
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A pressão dentro de casa e no exterior forçou o regime desgovernado pelo ex-motorista de ônibus Nicolás Maduro a revisar a decisão de praticamente dissolver o Parlamento, transferindo suas atribuições ao Judiciário e ao Executivo. Basicamente era uma intenção de consumar um autogolpe, pois a Assembleia Nacional, que já estava desprovida de poderes, é o único grande bastião institucional da oposição.
A própria ministra da Justiça do governo achou que era demais e a jogada intensificou a indignação internacional contra a Venezuela. Para trás ficou o esforço de mediação da crise. Agora o chavismo sofre condenação atrás de condenação de órgãos internacionais, a destacar a OEA e o Mercosul.
As indignidades praticadas pelo chavismo se somam ao colapso econômico da Venezuela. Na verdade, a luta para milhões de cidadãos é meramente por sobrevivência, em busca de alimentos e remédios, enquanto o poder hoje é sinônimo de um narcoestado.
Os caminhos institucionais para a mudança se estreitam, basicamente são um beco sem saída. É isto que leva setores mais moderados da oposição, como o presidente da Assembleia Nacional, Júlio Borges, e o ex-candidato presidencial Henrique Capriles a radicalizarem a postura. Existem os pedidos para as Forças Armadas abandonarem o regime infame, embora elas estejam enraizadas nele e de mobiilização contínua na rua. Isto não impede palavras de ordem como antecipação de eleições presidenciais.
O essencial como diz Júlio Borges, o presidente da Assembleia Nacional, é não esmorecer depois de um recuo chavista, como este de praticamente dissolver o Parlamento. Nas palavras de Julio Borges, não podemos fingir que as coisas estão normalizadas depois que o chavismo tentou dar um golpe.
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