Com judeus mortos pelo Hamas, extensão de retaliação de Israel é incerta

  • Por Jovem Pan
  • 01/07/2014 11h36
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Reinaldo, os três judeus sequestrados pelo Hamas estão mortos. E agora?

Agora é esperar para ver a extensão da retaliação israelense. Estamos falando dos jovens Naftali Frankel, Gilad Shaar e Eyal Yifrach. Estão mortos. Foram sequestrados no dia 12 deste mês, na Cisjordânia, pelo Hamas. Os corpos foram encontrados nesta segunda perto de Hebron. Tudo indica que foram mortos a tiros, mas os corpos estavam carbonizados. Os dois primeiros tinham 16 anos, e o outro, 19. Voltavam de uma escola religiosa quando foram capturados. E aí? Pois é, antes que eu relembre o que falei aqui na Pan há algum tempo, algumas considerações sobre a abordagem asquerosa da imprensa ocidental, quase sem exceção ― e vale também para o Brasil.

Desde o desaparecimento dos três rapazes, Israel empreendeu incursões na Cisjordânia. Mais de 400 pessoas já foram detidas para interrogatórios, e houve também confrontos com militantes do Hamas. Adivinhem se não há um chororô mundo afora, acusando, como de hábito, a chamada “reação desproporcional” de Israel. Conheço poucos conceitos tão canalhas como esse. Então vamos ver: o Hamas se dá o direito de sequestrar quem quiser, de assassinar três jovens e ainda reivindica o poder de determinar se o Estado agredido reage assim ou assado? Nota à margem: não se fez clamor internacional nenhum em defesa dos três rapazes e em repúdio à ação dos terroristas. A impostura vai mais longe.

Quando se anunciou que o Vaticano mediaria uma conversa entre Shimon Peres, presidente de Israel, e Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, indaguei aqui na Pan se o Hamas abriria mão de suas atividades terroristas. Sem isso a paz é impossível, o Papa nada pode fazer e as correntes palestinas tornam o entendimento com Israel ainda mais distante.

Eis aí. Abbas, que lidera a Fatah, a corrente que governa a Cisjordânia, resolveu “fazer as pazes” com o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, sem que este houvesse renunciado às suas práticas. Depois do encontro no Vaticano, o que se tem? Sequestro e mortos. Destaco: não se trata de uma escaramuça militar, num confronto, que resulta em mortos. Aqueles garotos não eram soldados numa frente de batalha. Agora pergunto com certa ironia: quanto tempo demoraria para o mundo reagir se Israel decidisse selecionar alguns alvos do Hamas, comprometidos com o terrorismo, e eliminá-los?

Ah, mas seria diferente! Afinal, trata-se de um Estado”, poderia ponderar alguém. É mesmo? Não é esse o status que se defende para os territórios palestinos? Não estão lá na ONU, como observadores? “Ah, mas ainda não são um Estado” Entendo. E se defende que sejam, com práticas como essa?

É claro que Israel vai retaliar. Se há alguém com outra resposta possível ― sempre lembrando que há, a esta altura, um país indignado ―, que, então, diga. Como fica Abbas nesse caso? Fez o acordo com o Hamas, mas pretende não ter nada com isso?

Vamos ser claros? Israel existe com paz ou com guerra. Ocorre que coisas como Fatah e Hamas dependem da guerra para existir.

 

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