Com os acordos de leniência, o grupo de empreiteiras está rachado

  • Por Jovem Pan
  • 03/08/2015 17h54
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***FOTO EMBARGADA PARA INTERNET-CAPA DIÁRIO DE SÃO PAULO*** SÃO PAULO, SP, 14.11.2014: OPERAÇÃO LAVA JATO - Policiais federais e agentes da receita durante a Operação Lava Jato realizam mandado de busca e apreensão na sede da construtora Camargo Corrêa, localizada a avenida Brigadeiro Faria Lima, 1663, na região dos Jardins, em São Paulo, nesta sexta-feira (14). (Foto: Luciano Amarante/Folhapress) Folhapress Policiais federais na sede da Camargo Corrêa em 2014

Qual é a importância da adesão da Camargo Corrêa a um acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o CADE, no fim da semana passada?

Existem três marcos legais importantes nessa questão do crime organizado e na colaboração dos réus à Justiça. Primeiro é uma lei do Fernando Henrique e do Renan Calheiros, que era ministro da Justiça, fixando essa colaboração, que tem sido chamada equivocadamente e servindo para satanização dos colaboradores de “delação premiada”.

A designação se repete na reforma dessa lei por Dilma Rousseff e José Eduardo Cardoso, Luis Inácio Adams e Jorge Hage exatamente no dia 2 de agosto de 2013, ou seja, neste domingo fez dois anos. E também a lei que determina a leniência; o acordo de leniência das empresas envolvidas em corrupção.

No caso da Lava Jato, mas agora fora desse âmbito, né?! Uma grande empreiteira, a primeira delas que fez isso é a Camargo Corrêa, se tornou a primeira investigada na Lava Jato a fechar um acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o CADE.

A Camargo Corrêa confessou ter participado de um cartel para viciar contratos de 3 bilhões de reais das obras da usina nuclear de Angra 3. Para fazer isso ela teve que denunciar seis outras participantes do conluio num esquema muito similar ao descoberto na Petrobras. Não tem nada a ver com o chamado “Petrolão”, mas é um esquema semelhante e todos nós sabemos que o principal executivo, o da Eletronuclear, o Othon Silva está preso acusado exatamente de ter recebido propina no caso de Angra 3.

As empreiteiras denunciadas pela Camargo Correa são as mesmas que estão envolvidas na Lava Jato: a Andrade Gutierrez, Odebrecht, Queiroz Galvão, MPE, Techint e UTC. Essa novidade cria um racha. Até agora as empreiteiras jogaram mais ou menos o mesmo jogo e agora elas estão rachadas.

A esperança é de que isso acelere as investigações também da Lava Jato com uma empreiteira contando mais sobre a outra agora que se abriu o jogo.

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