CPI da Covid-19 adapta a realidade para forçar uma narrativa contra o presidente

Pseudoprogressistas usam Renans e Omares para demonizar medicamentos e sufocar liberdades, mas rechaçam a possibilidade de o vírus ter sido criado pela irresponsabilidade da ditadura chinesa

  • Por Adrilles Jorge
  • 29/05/2021 10h30
Edilson Rodrigues/Agência Senado - 27/05/2021 Dimas Covas, presidente do Butantan, cumprimenta Renan Calheiros com um soquinho, enquanto Omar Aziz, entre os dois, assiste à cena com aparente sorriso; todos estão de terno, gravata e máscara Dimas Covas, presidente do Butantan, Omar Aziz, presidente da CPI da Covid-19, e Renan Calheiros, o relator, confraternizam no Senado

A culpa começou com os relativistas. Não existe verdade absoluta, dizem. Tudo é angulação do ego. Uma maneira de olhar pra realidade. Cada um sai esboçando sua verdade, como um feto recém-parido. Esta — supremo paradoxo — é a verdade absoluta do pseudoprogressismo contemporâneo desde o pós-modernismo, que de moderno nada tem, porque já é mais velho que Matusalém. Mas agora o mesmo pseudoprogressismo mantém o mantra da verdade absoluta: “É a ciência!”, bradam, “a ciência não se contesta!”. Mas o curioso é que a ciência se contesta o tempo todo. Verdades científicas são construídas por meio de experimentos e observação da realidade. O que era um remédio absoluto contra a pandemia, o isolacionismo, virou objeto contestável em várias partes do mundo que chaparam o coco da liberdade e tiveram resultados bem melhores que países que se isolaram até o caixão de dezenas de milhares, como no caso da nossa fraterna Argentina.

A nova verdade atual absolutista do pseudoprogressismo, quer seja o relativismo ou o cientificismo, centra esforços também contra as “teorias de conspiração dos fascistas”. Nada de tratamento preventivo, assassinos! Mas a ciência médica prevê tratamento preventivo para amenizar sintomas de doenças sem cura definitiva, como no caso da Covid-19. Mas este talvez seja um lado incômodo da verdade que prejudica uma visão ideológica da realidade, que sempre deve estar na medida certa para os pseudoprogressistas, que sempre querem avançar rumo a um mundo melhor, a despeito de verdades inconvenientes. Para alcançar o mundo melhor, socialmente mais integrado, controlado e saudável, segundo eles, é necessário eliminar facetas pouco cativantes da verdade. Como negar a possibilidade de o vírus ter sido criado pela irresponsabilidade da ditadura chinesa em laboratório, o que hoje é quase fato notório. A ditadura da China lucra com o mal que sua irresponsabilidade causou. Mas nenhum puxão de orelha lhe pode ser dado, posto que o país é o maior parceiro comercial do mundo. Por uma verdade desagradável, nega-se a realidade e ficamos à mercê do nosso potencial carrasco, que nos oferece remédios, vacinas e equipamentos de saúde para reparar o que sua irresponsabilidade causou. A verdade, aqui, pode ser sacrificada pela construção diplomática de um mundo melhor, em que a China lucra pelo vírus que criou, por descuido ou cuidado excessivo com seus interesses econômicos, se é que me entendem. Ah, mas qual mesmo o mundo melhor? Pergunte aos pseudoprogressistas.

Os pseudoprogressistas agora se aliam a Renan Calheiros e Omar Aziz, políticos reacionários e oportunistas, que juntos têm mais folha corrida de denúncias de corrupção que a quilometragem do Caminho de Santiago. Uma verdade esquecida em nome de um mundo melhor, sem Bolsonaro, o genocida que matou gente porque não é o primeiro presidente a começar a vacinação, segundo testemunhas. Apesar de Bolsonaro presidir o quarto país que mais vacina — e ser um dos primeiros a vacinar —, é irresponsável com as vidas, segundo testemunhas. A verdade é que um vírus não respeita a angulação do ego de quem manuseia a verdade de acordo com sua ideologia. A Covid-19 continua matando gente que se isola e até alguns que tomam vacina. O ex-ministro Mandetta mandou que doentes ficassem em casa, sem tratamento, o que matou milhares no Brasil. Mas esta é uma verdade também inconveniente, que foge à narrativa dos pseudoprogressistas, que veem em Mandetta um herói contra o verdadeiro genocida que ousou falar em liberdade em tempo de pandemia. A liberdade, aliás, segue tranquila em lugares como Flórida e Texas, estados americanos que abandonaram isolamento social antes de chegarem vacinas e exercem sua vida livre de aprisionamento da verdade por hostes de pseudoprogressistas.

No Brasil, a CPI que apura a verdade da pandemia segue a cruzada contra o monstro Bolsonaro, que apostou num remédio de eficácia duvidosa, mas que não mata ninguém. Já o isolamento mal feito, este que mata pessoas de fome, depressão, suicídio, inanição, miséria, desemprego, exclusão social, segue sendo um remédio aprovado pela verdade pseudoprogressista. O presidente, que ouviu médicos e cientistas de todas os aspectos e percepções da realidade, é acusado de não ouvir os isolacionistas absolutistas que teimam no erro de uma verdade equivocada e mais que contestada. Os prefeitos e governadores corruptos ainda não são ouvidos pela CPI, que insiste em esconder a verdade repulsiva aos ouvidos pseudoprogressistas: que o dinheiro do governo para o combate ao vírus  — e o presidente foi impedido de fazer qualquer outra coisa contra a Covid-19 (e é responsabilizado por mortes, paradoxalmente) — foi para o bolso de corruptos, que roubaram de saúde publica. Estes os verdadeiros assassinos. Mas esta é outra verdade inconveniente aos ouvidos de quem quer chamar o presidente de genocida, assassino em massa.

A verdade é mais que uma angulação do ego para pseudoprogressistas: é uma consciência coletiva que nega a própria realidade de acordo com os interesses ideológicos de mudarem e transformarem a realidade para algo melhor. Mesmo que este melhor implique em mortes pelo caminho, educação parada, perda de liberdade de ir e vir, de trabalhar e controle cada vez maior de um estado que domine todo mundo em nome de um bem coletivo. Pera lá, já vimos este filme antes. Controle estatal das pessoas, perda da liberdade em nome de maior controle social para aplacar diferenças e fazer assepsia de comportamento em nome de um bem coletivo. Seria a promessa de comunismo na revolução de 1917? Mas não, seria outra teoria da conspiração, não? Tão falsa quanto aquela que dizia que o vírus poderia ser criado em laboratório chinês, ou que o isolamento social de nada funcionou na maioria dos lugares onde foi implementado ou de que o isolacionismo criou uma crise de liberdade e de controle maior de gestores tirânicos que arruínam vidas e empregos e são edificados e reeleitos pela população com a mentira de que estavam ”salvando vidas”. Tudo, claro, teoria da conspiração. A verdade, meus caros, é que os pseudrogressistas que adaptavam a verdade de hoje são os mesmos que moldavam mentes e verdades de ontem. Para isso, usam Renans, Omares, argumentos falsamente científicos, demonizam medicamentos, sufocam liberdades, destroem empregos, te isolam, te censuram, te controlam, tudo em nome do seu bem. E você acredita na verdade deles.

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