‘Control Freak’: E a louça? E a crônica que tenho que entregar? E meu filho?
Essa cabeça cuida de tanta coisa que não tem como não dar defeito de vez em quando
É dia de pilates. “Ah, um tempinho só para mim”. Você está no meio do exercício “glúteo stretch” e de repente pipoca no seu cérebro: “Esqueci de mandar a garrafinha de água para a escola”. Nesse momento, você tem uma mini crise de pânico. Ignorando o fato de que, na escola, existem bebedouros, você começa a suar, e não é por conta do exercício. Então recobre a consciência no momento em que quase rompe um músculo do glúteo. Sábado. Menu: casulet. Uma espécie de feijoada metidinha que sua mãe mandou. Mais satisfeita do que deveria, você dá uma recostada. Bate uma leseira, você fecha os olhos e de repente cochila. Seu marido faz isso todo sábado. E domingo. Depois do que, 40 minutos? Você acorda assustada, perdida e, principalmente, culpada.
E a louça? E a crônica que eu tenho que entregar segunda? E o meu filho? Meu Deus, e o meu filho? Bom, a louça o marido lavou (na lava louça, mas está ótimo). O filho está assistindo Homem Aranha 9 comendo pipoca com Nutella. A crônica está esperando você se equilibrar para continuá-la. Você respira fundo e pensa em uma fração de segundo: “Será que eles não precisam mais de mim?”. Meu Deus, desencana, mulher. Então, você resolve desencanar, volta para o sofá para se entregar a cochiladinha. Antes de fechar os olhos, por um instante, você pensa: “O que vamos jantar?” Casulet, minha filha.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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