Louca ou sã: ‘Enlouquecer é um direito que me dou’
Querendo ou não, passamos a vida tentando ser adequados, ponderados e bem-educados
Seja no trabalho, em encontros amorosos, na reunião da escola ou até mesmo numa roda de amigos, tomamos cuidado para não fazer algo que possa “pegar mal”. Quem nunca quis apertar o botão do f… de vez em quando? Desencanar das convenções sociais? Fazer coisas diferentes só porque deu vontade? Estudos mostram que atitudes fora do habitual geram novas conexões neurais. Independente de diagnósticos psiquiátricos, enlouquecer às vezes faz bem pra saúde mental. Quem sou eu pra ignorar uma orientação médica. Vou contar algumas coisinhas fora da caixa (e da casinha) que eu já fiz. Depois de ficar com vergonha por mim, faça a sua lista e bote em prática. Eu recomendo. Bora lá: Combino preto com azul marinho e deixo as pessoas na dúvida se elas não têm noção de moda, se eu não tenho noção de moda ou se sou daltônica.
Como 2 chicletes por vez porque tem que ser número par; compro um Laka, um Galak e um bombom Ouro Branco para fazer um campeonato do melhor chocolate branco; começo comendo as jujubas amarelas, depois as verdes, as de uva e, só no final, as de morango, para a ansiedade crescer e o final ser de puro prazer. Peço pizza no almoço, como lasanha no café da manhã e sucrilhos antes do jantar. Danço e canto no supermercado, na farmácia e na fila da padaria. Saio com um penteado Amy Winehouse, passo perfume para fazer uma live e batom na hora de dormir. Uso pasta de dente sabor Tutti Frutti para sentir o gosto dos 7 anos, compro Mc Lanche Feliz para ganhar o brinquedo e saio de legging de lurex, polaina e frufru fosforescente fingindo que é 1986. Comento que o ano está voando em março, desejo bom fim de semana na terça-feira e boa tarde para você agora, sem ter ideia de que horas está lendo esse texto. Anoto tudo isso, faço a louca e publico.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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