Que saudades de mandar um bip, de amar a Xuxa e de ter uma boneca do meu tamanho
Sinto falta do tempo em que minhas responsabilidades eram ir bem na prova de história, tirar meu prato depois do jantar e fazer minha cama aos domingos
Que saudades de mandar um bip, de ficar olhando pela janela e não para uma tela. Saudades de soprar a fita do videogame, de tomar Quick de morango e comer cigarrinho de chocolate. De esperar por um desenho que ia passar na TV, de amar a Xuxa e de ter uma boneca do meu tamanho. Saudades de usar calça semibag, de pular elástico e ouvir a fita do Dominó no meu primeiro Gradiente. De jogar Genius, de deitar no carpete bege e de ouvir meu pai assistindo à Fórmula 1 no domingo.
Que saudades do coquetel de camarão, dos canapés e de quando strogonoff era um prato chique. Saudades de tomar Biotônico Fontoura para abrir o apetite, mel com cachaça para dor de garganta e Maracugina pra ficar boazinha. Sinto falta de roubar o robe da minha mãe, a pantufa do meu pai e a camiseta do Nirvana do meu irmão. Mas não sinto falta de comer bife de fígado acebolado, geleia de mocotó e macarrão com espinafre.
Lembro de quando os cachorros eram grandes e ficavam no quintal. E, infelizmente, os passarinhos ficavam na gaiola. Lembro também de quando psicólogo era coisa de maluco, mas acreditar na loira do banheiro era normal. Tenho saudades de quando minhas responsabilidades eram ir bem na prova de história, tirar meu prato depois do jantar e fazer minha cama aos domingos. Mas, o que aprendi com tudo isso, é que bom mesmo é viver cada momento. Um dia vamos sentir saudades deles.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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