Com presença de Lula, Celac deve emitir declaração de solidariedade à Venezuela

Diplomacia brasileira não acredita em uma possível retaliação dos Estados Unidos

  • Por Bruno Pinheiro
  • 05/11/2025 13h26
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Ricardo Stuckert/Presidência da República Maduro e Lula se cumprimentam em reunião bilateral na Celac, em março de 2024: relação estremecida e dívida bilionária com o Brasil Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República Maduro e Lula se cumprimentam em reunião bilateral na Celac, em março de 2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva alterou sua agenda internacional e agora participará da 4ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a União Europeia, que ocorrerá nos dias 9 e 10 de novembro em Santa Marta, Colômbia. Sua presença, inicialmente não prevista, foi confirmada após discussões com o Itamaraty, que destacou a relevância do encontro para fortalecer o diálogo político entre a América Latina e a Europa.

Com essa mudança, Lula deverá adiar compromissos que tinha agendados em Fernando de Noronha, onde participaria de um evento focado na agenda ambiental nos dias 8 e 9 de novembro.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a viagem à Colômbia integra a estratégia do governo de ampliar a presença do Brasil em debates internacionais sobre clima, segurança e integração econômica — assuntos que também serão abordados na COP30, marcada para Belém em 2025. A expectativa é que a reunião da Celac ajude o Brasil a consolidar sua liderança regional e a atrair novos parceiros para projetos de desenvolvimento sustentável.

Durante o evento, deverá ser emitido um comunicado conjunto da Celac sobre a situação na Venezuela. Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, disse nesta quarta-feira em Belém acreditar que uma declaração de solidariedade em favor da Venezuela não deve prejudicar as negociações com os Estados Unidos.

A cúpula ocorrerá em um contexto de crescente presença militar dos EUA no Caribe e tensões políticas na região. A Venezuela, sob pressão e sanções internacionais, tem visto seu governo, liderado por Nicolás Maduro, acusar os EUA de intervencionismo e de buscar uma mudança de regime.

Na semana passada, Lula afirmou: “A reunião da Celac só faz sentido agora se for para discutir a questão dos navios de guerra dos EUA”, durante uma conversa com jornalistas em Belém, antes da COP30. O presidente acrescentou que a Venezuela enfrenta um problema político que deve ser resolvido politicamente e recordou ter dito a Trump, em uma reunião recente, que “a América Latina é uma região de paz, não de guerra”.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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