Importação de banana do Equador preocupa produtores brasileiros
Deputado Pezenti criticou a decisão do governo alegando que ela abre as portas para pragas e doenças inexistentes no Brasil e pode comprometer o sustento de milhares de famílias de agricultores
O deputado federal Pezenti (MDB-SC) criticou a decisão anunciada pelo governo brasileiro de autorizar a retomada da importação de banana do Equador. Para o parlamentar, a medida coloca em risco a produção nacional, abre as portas para pragas e doenças inexistentes no Brasil e pode comprometer o sustento de milhares de famílias de agricultores. O Brasil está consolidado como um dos maiores produtores de bananas do mundo, geralmente figurando entre terceiro ou quarto lugar em volume produzido.
”Uma decisão vai colocar em risco toda produção de banana do país”, alertou Pezenti. Dados recentes da Embrapa indicam uma produção que se mantém acima de 6,6 milhões de toneladas, cultivadas em cerca de 455 mil hectares. “Estamos falando de uma atividade que gera emprego, renda e exportação. Só em Santa Catarina, milhares de famílias dependem da banana. São 28 mil hectares. O Brasil não precisa importar. Somos autossuficientes e ainda exportamos para América do Sul, Europa, América do Norte e África. A decisão de Lula é equivocada e ameaça uma cadeia produtiva inteira”, destacou Pezenti.
O deputado também lembrou os riscos fitossanitários da importação. Entre eles, o vírus do Mosaico das Brácteas da Bananeira (BBrMV), variantes agressivas da Sigatoka Negra e o fungo Fusarium TR4 — conhecido como Mal do Panamá —, que pode inviabilizar plantações de forma definitiva. “A Rússia já barrou a banana equatoriana por risco de contaminação, e o governo brasileiro quer abrir as portas? Isso pode custar caro para o consumidor, que pode ver o preço do quilo da fruta chegar a R$ 25, como acontece em países dependentes de importação”, destacou.
Pezenti informou que já fez uma solicitação formal de audiência no Ministério da Agricultura para debater o tema com o ministro Carlos Fávaro. “Confio que o ministro será sensível. Não podemos brincar com a segurança alimentar do Brasil nem comprometer o futuro de mais de 500 mil famílias ligadas à bananicultura em todo o país”, concluiu.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.


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